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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Potencial da Galp no Pré-Sal


No Tupi e Iracema a GALP tem 800 milhões de barris de boa qualidade, petróleo leve. O campo de guara está avaliado em 2 mil milhões de barris, A Galp tem  10% ou seja 200 milhões de barris, total mil milhões de barris.
A avaliação inicial de júpiter era de 5 a 8 mil milhões de barris, ela tem 20%.
Nestes poços a Galp terá perto de 2 mil milhões de barris, ao actual preço de 91 USD/Barril corresponde 182 mil milhões de dólares, 134 mil milhões de euros. Obviamente teremos que imputar os custos de investigação e desenvolvimento, oportunidade, extracção e transporte, no entanto não deixa de ser um potencial muito significativo.

Fora do Pré-Sal tem participações em 4 poços da bacia de santos - 1 na bacia do Espírito Santo - 12 na bacia de Potiguar, e 1 na bacia Sergipe /Alagoas. Ao todo no Brasil, a Galp está em 22 poços.

Não descurando Angola, Timor, Guiné-Equatorial, Moçambique, Venezuela, Uruguai e Portugal.

Os 4 mil milhões que a Eni está a pedir, representam 14,65 € por acção.
A Galp paga 2 dividendos no ano, que ficam em torno de 0,20 € o que dá um dividendo Yield à volta de 1,5 %.
O PER da Galp ao preço de hoje, 14,35 € é de aproximadamente 26 e segundo alguns analistas esse PER deveria ser perto de 33 (O PER da Petrobras é cerca de 10)

O PER elevado da Galp pode ser justificado pelo potencial acima referido das reservas petrolíferas.

A entrada da Petrobras na Galp poderá ser um catalisador bastante importante, porque permitirá alavancar os negócios da petrolífera portuguesa. Nem a Galp, nem a Eni têm fundos para acompanhar a Petrobras nos investimentos do Pré Sal. 

Por último é pertinente saber que os chineses estão interessados nas reservas da Galp no Pré-Sal.



Paulo Monteiro Rosa, 15 de Julho 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O incumprimento da Grécia e o colapso do Lehman Brothers.


A queda do Lehman Brothers no dia 14 de Setembro de 2008, despoletou uma série de quedas diárias dos índices accionistas na casa dos 10%. O Dax de Frankfurt caiu cerca de 30% em apenas 3 dias. O inesquecível mês de Outubro de 2008, que fica indelevelmente ligado não só à História dos mercados financeiros, mas à própria História da humanidade.   
O mercado obrigaccionista (nomeadamente o corporate – obrigações das empresas, ou seja títulos que as empresas emitem para recolherem capitais alheios, pedidos de empréstimo que fazem através da emissão de obrigações e não indo directamente à banca. Pode sair mais barato, não ficam dependentes da banca e os bancos podem não ter liquidez de momento. Muitas obrigações das empresas são compradas pelos próprios bancos ou por fundos por eles geridos) registou também descidas muito significativas. Alguns bancos viram as cotações das suas obrigações valerem praticamente zero. Obrigações do Royal bank of Scotland estiveram a cotar a 15%, uma queda superior a 80%, face a cotações de 85% antes da queda do banco de investimento norte-americano.
Estivemos muito perto da ruptura do sistema financeiro mundial.
Lembro-me de ter dito a um amigo que jamais iríamos assistir a uma situação semelhante, durante a nossa vida. Hoje digo, com algum receio, que provavelmente estava errado quando referi o jamais...

A História jamais se repete, mas tem a natureza de ser parecida. A queda da Grécia, precipitaria uma reacção em cadeia de consequências incomensuráveis. A Moody’s ameaçou hoje a descida do rating de bancos franceses, devido à sua exposição à dívida grega. O BCE detém, provavelmente, mais de 100 mil milhões de euros de dívida grega. O BCP seria um banco penalizado. Bancos alemães e ingleses também têm exposição. A seguir seria o efeito dominó, devido à interligação de todo o sistema financeiro. Bancos sem qualquer ligação à dívida grega, pelo menos directamente, ver-se-iam envolvidos, porque têm participações em bancos com exposição à dívida da Grécia. A dívida pública grega ascende a cerca de 350 mil milhões de euros, quase 1% do PIB mundial e cerca de 4% do PIB da Zona Euro. Qualquer reestruturação implicaria uma violação de obrigações legais que, provavelmente, teria um efeito sistémico mais negativo do que a catástrofe do Lehman Brothers. Irão os gregos hipotecar as suas ilhas? A Deutsche Telekom já detém 30% da Hellenic Telecom, enquanto o Estado grego já só tem em sua posse 10%.

No dia 15 de Setembro de 2008, as dívidas do lehman Brothers foram estimadas em 100 mil milhões de euros. O efeito em cadeia, levou a perdas avultadas noutras instituições financeiras, pelo que foi aprovado um pacote de emergência financeiro no montante de 700 mil milhões de dólares (cerca de 500 mil milhões de euros), denominado de Plano Paulson. Perante a dívida grega de 350 mil milhões, os efeitos colaterais no sistema financeiro seriam superiores a um bilião de euros (quase 3% do PIB mundial)?

O colapso do Lehman Brothers, foi considerado mais tarde como um erro. Se realmente foi um erro, então deixar o Estado grego entrar em incumprimento será, provavelmente, um erro ainda maior…

Paulo Monteiro Rosa, economista. 15 Junho de 2011

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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.