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quinta-feira, 9 de julho de 2015

A política monetária planificada e a recente queda das bolsas chinesas

Podemos encontrar vários motivos que justificam a queda das accções chinesas. A exuberante subida dos principais índices chineses – Shenzhen, Shanghai e Hong Kong - desde o início do ano é, até este momento, o principal motivo desta correção. Os índices desceram respetivamente 40%, 32% e 18% desde os máximos atingidos no início de junho e estão a níveis de março deste ano! Se a correção se agudizar, e passar para valores do ano passado, já estaremos a falar dum ajustamento, que teria que existir um dia, dos excessos das políticas inflacionistas do Banco Central da China.
Estamos perante uma mera correção ou um verdadeiro Crash? Se se tratar apenas de uma correção das fortes subidas verificadas, as quedas ficarão por aqui. No entanto, as bolsas chinesas e o imobiliário, nomeadamente em Hong Kong, têm subido quase ininterruptamente desde há 10 anos. Existem bolhas formadas e as ações chinesas ainda se mantêm relativamente caras em relação às ações de outras geografias como os EUA e a Europa. 

As autoridades chinesas têm tomado várias medidas para debelar as quedas das suas principais bolsas. A descida da taxa de reserva mínima legal, a criação de um fundo apoiado por vários intermediários financeiros das praças chinesas, as compras por parte dos fundos de pensões do país, a permissão para o aumento da alavancagem foram algumas das medidas tomadas pelas autoridades chinesas, até ao momento não estão a conseguir estancar as quedas verificadas nos índices chineses. Curiosamente, estas medidas também foram adotadas pelo governo dos EUA e pela Reserva Federal norte-americana antes do “crash” de 1929…

Quando uma parte da subida dos mercados acionistas é justificada por políticas expansionistas dos Bancos Centrais, e não sustentadamente baseada na poupança real, mais cedo ou mais tarde o ajustamento será uma realidade. São subidas ilusórias e que espelham verdadeiras “bolhas”.

Os investimentos chineses no estrangeiro, caso esta correção se mantenha, deverão diminuir. A maior parte dos vistos gold tem sido solicitada por chineses. Além disso, nos últimos anos, Portugal tem alienado várias participações de empresas a investidores chineses, investimentos que tendem a atenuar-se ou mesmo ser interrompidos, em virtude desta crise colocar em causa a já frágil viabilidade financeira da Fosun, e também da Anbang, na compra do Novo Banco. Estes grupos chineses são vistos como fortes potenciais compradores do Novo banco.

Paulo Monteiro Rosa, economista, 8 de julho 2015.



Diário de notícias. China tenta travar crash da bolsa. 75% das empresas estão suspensas.
"Se se tratar apenas de uma correção das fortes subidas verificadas, as quedas ficarão por aqui", prevê Paulo Rosa. No entanto, o trader da GoBulling - Banco Carregosa Online alerta que "existem bolhas formadas e as ações chinesas ainda se mantêm relativamente caras em relação às ações de outras geografias como os EUA e a Europa".http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=4670494&referrer=FooterOJ

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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.