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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Em modo agosto

Setembro é um mês-chave no que concerne às políticas monetárias expansionistas mais enérgicas por parte do BCE e da FED.

PAULO ROSA, 30 de setembro de 2019, Jornal Económico 

Semana sem variações assinaláveis nos mercados acionistas, com o principal indicador de volatilidade do S&P500, o VIX, a estabilizar à volta dos 18 pontos, mas com novos mínimos históricos das rentabilidades das obrigações do tesouro. A yield das obrigações soberanas portuguesas a dez anos aproxima-se dos 0%, cotando atualmente já abaixo dos 0,1%. A rentabilidade da dívida pública alemã a 10 anos está nos -0,7%, níveis históricos, e a cinco anos muito perto de -1%, a indiciarem, cada vez mais, uma recessão económica.

Christine Lagarde, futura presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que o banco central da zona euro ainda não atingiu o limite mais baixo das taxas de juro, continuando com comentários dovish (política monetária expansionista). Nos primeiros comentários abrangentes sobre política monetária desde a conquista do cargo, Lagarde referiu esta quinta-feira que o BCE tem as ferramentas para enfrentar uma crise e deve estar pronto para usá-las, se necessário. Estas palavras penalizam a moeda única, o euro, enfraquecem os mercados accionistas, mas continuam a alimentar a bolha nos mercados obrigacionistas, e consequentemente novos recordes em baixa das taxas de juros.

O presidente do banco central da Holanda, e membro do BCE, Klaas Knot, não concorda plenamente com as palavras de Lagarde, e disse que a economia da área do euro não está fraca o suficiente para garantir a retoma da compra de títulos, ou seja um novo Quantitative Easing (QE) e que esse passo não deve ser dado a menos que a desaceleração económica se agrave, e se os riscos de deflação se tornarem uma realidade. Para já, não há necessidade de reativar o programa de compra de ativos, mas este será o instrumento apropriado a ser ativado caso haja recessão económica.

Jens Weidmann, presidente do BundesBank (Banco Central Alemão), é ainda mais conservador e acha que um QE não deve ser utilizado, sob pena de ficarmos sem "munições" para quando realmente ocorrerem futuras contingências.

Muito provavelmente, em setembro o BCE descerá as taxas de juros em dez pontos base de absorção de liquidez (da remuneração dos depósitos), dos atuais valores negativos de -0.40% para -0.50%. E a 18 de setembro, a Reserva Federal norte-americana baixará as suas taxas de referência em 25 pontos base, dos 2,25% para 2%, com uma probabilidade de 99.6%, segundo os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago.

China faz uma concessão inesperada, e vai adiar retaliação comercial até à visita dos EUA. Pequim tem opções para retaliar, mas acredita que deve discutir com Washington a possibilidade de remover novas tarifas. As ações europeias, norte-americanas e asiáticas subiram significativamente.

CAMBIAL

PESO ARGENTINO

A moeda cai novamente para junto dos mínimos históricos, alcançados há semanas, após o anúncio do plano de reestruturação da dívida.

Perante enormes dificuldades financeiras, a Argentina pedirá aos credores, incluindo o FMI, uma prorrogação para reembolsar os 101 milhões de dólares em dívidas, enquanto luta para evitar a nona falência do estado soberano.

Apesar das palavras apaziguadoras do ministro das Finanças, os investidores não dão o benefício da dúvida e preferem vender pesos argentinos, que valem cerca de 60 por cada dólar norte-americano.

COMMODITIES

OURO

A cotação do ouro representa desde sempre um excelente barómetro do medo, numa relação proporcional. Quanto mais se adensam os receios de uma recessão económica, mais elevada será a cotação do ouro. A remuneração do ouro é de zero, tendo apenas como compensação no investimento os ganhos de capital. Mas tem a concorrências dos títulos da dívida pública das economias mais pujantes do planeta. À medida que as taxas de juro descem, o ouro tem tendência a subir, bem como a dívida soberana alemã, suíça e norte-americana.

AÇOES CTT E BCP

Atualmente, as posições curtas na maior empresa de correios de Portugal representam cerca de 5.7% do capital social da empresa, com os investidores a apostarem na continuação da deterioração dos resultados dos CTT.

O BCP padece também deste onda especuladora por parte de alguns investidores.

Os CTT cotam atualmente nos 1,87 euros por ação, muito perto dos mínimos históricos alcançados há semanas. 






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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.