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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Balanço da FED em máximos históricos

O peso do Balanço da Reserva Federal norte-americana no PIB dos EUA é, atualmente, de 24,2%, superior ao anterior máximo histórico, de 23%, registado aquando da Grande Depressão de 1929. Na semana passada, o balanço da FED subiu cerca de 700 biliões de dólares e atingiu os 5,254 triliões de dólares. Face a um PIB norte americano,em 2019, de 21,7291 triliões de dólares, obtemos o rácio de 24,2%, o mais elevado

de sempre. E que se prepara para aumentar ainda mais significativamente.

A 10 de março, os ativos do balanço do Banco do Japão (BoJ) atingiam os 588.8 triliões de ienes, quase 110% do PIB japonês, dos quais 481,9 eram títulos de dívida do governo nipónico. Em junho 2009, o balanço do BoJ era de 109,8 triliões de ienes, cerca de 22% do PIB, e 45,2 triliões correspondiam a obrigações do estado japonês.

E a total monetização da dívida pública dos países desenvolvidos.

Os bancos centrais não compram em primário as emissões dos Estados, mas adquirem e suportam em mercado secundário esses mesmos títulos, ou seja, implícita e indiretamente os bancos centrais financiam os governos, tendo como intermediário as instituições financeiras.

Christine Lagarde aquando do anúncio de estímulos financeiros no montante de 750 mil milhões de euros, disse que não iria se focar diretamente na pandemia do coronavírus.

No entanto, o Banco Central Europeu, deu um passo atrás, e garantiu que iria fortalecer a sua resposta à crise económica provocada pelo novo coronavírus.

O BCE decidiu que não aplicaria,

a partir da quinta-feira da semana, os limites que tinha imposto a si próprio na compra de dívida pública dos Estados-membros da Zona Euro. A medida acaba por beneficiar em particular países como Portugal ou a Itália, que nos últimos anos estavam a ser penalizados pela existência destes limites. As compras de obrigações do Estado Português pelo BCE têm diminuído nos últimos tempos, porque estão junto dos limites. O BCE não pode deter mais de um terço da dívida pública nacional, e está muito perto destes valores. Agora, com a compra ilimitada do BCE, esse risco diminui significativamente.

Além de ser uma forma de financiar o Estado português, e as economias do sul da Europa, não sendo tão premente, em boa verdade, a emissão de eurobonds.
PAULO ROSA

Economista Sénior do Banco Carregosa
3 de abril de 2020





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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.