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terça-feira, 30 de março de 2021

A economia do hidrogénio

O hidrogénio é o elemento mais abundante no universo e da sua combustão resulta apenas vapor de água, o principal argumento para a sua exploração e comercialização. Pode ser utilizado em setores da economia que têm sido difíceis de descarbonizar, como a siderurgia e o transporte marítimo. Também pode servir como meio de armazenamento de longo prazo no setor energético.

O hidrogénio, mais precisamente o H2 (os átomos de hidrogénio costumam movimentar-se em conjunto), fórmula de uma molécula de gás de hidrogénio é utilizado em células de combustível ou motores de combustão interna. Nos últimos um ou dois anos é crescente a discussão sobre a economia do hidrogénio. A cada dia que passa, há um grande player global a alterar a sua forma de produzir hidrogénio ea optar pelo hidrogénio verde.

O hidrogénio verde é aquele que é produzido sem emitir dióxido de carbono, ou seja, é obtido por meio de um processo químico conhecido como eletrólise que usa a corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio na água, e cuja eletricidade é proveniente de fontes renováveis. O hidrogénio azul é quando o gás natural é dividido em hidrogénio e dióxido de carbono, sendo o CO2 libertado no processo capturado e armazenado. O hidrogénio cinzento é produzido há muitos anos eé um processo semelhante ao hidrogénio azul, mas o CO2 não é capturado e é libertado na atmosfera. A medida que os gases de efeito de estufa são capturados, isso mitiga os impactos ambientais no planeta. O hidrogénio rosa é feito por eletrólise e usa a energia nuclear como fonte de energia.

A União Europeia (UE) é atualmente líder mundial na produção de células de combustível e no desenvolvimento da tecnologia de hidrogénio e as suas prioridades políticas centram-se nos esforços para construir uma economia baseada no hidrogénio verde, cujas emissões de carbono são zero. No entanto, a China está a alcançar rapidamente a UE, assim como o Japão, os EUA e o Canadá, mas as infraestruturas de gasodutos na UE colocam esta região numa posição de vantagem. AUE terá de reaproveitar os seus gasodutos, nomeadamente de gás natural, para transportar a energia para onde ela é precisa e facilitar o mercado de hidrogénio. No curto prazo, a produção de hidrogénio precisará de estar o mais próxima possível da procura. Por exemplo, a Alemanha ea Dinamarca têm o vento do Mar do Norte para gerar a energia que é transferida por meio de cabos de eletricidade subterrâneos para um eletrolisador. Isso produzirá hidrogénio e alimentará indústrias próximas à eletrólise. Portanto, há este conceito de clusters industriais e vales de hidrogénio, e existem vários consumidores diferentes localizados numa única área, como portos. Então, à medida que os volumes começam a aumentar, o transporte de hidrogénio de longa distância começa a ser uma realidade crescente. Mais de 70% do custo do hidrogénio depende do preço da eletricidade, por isso a Europa tem que minimizar os custos de produção “verde”e procurar zonas onde é possível produzir energia renovável de maneira barata, como a eólica no Norte ea solar no Sul.

Mais tarde, a UE terá de reaproveitar os seus gasodutos para transportar a energia para onde ela é necessária e facilitar o mercado do hidrogénio no espaço económico europeu.

Atualmente, uma das grandes barreiras ao investimento em hidrogénio renovável é o princípio da adicionalidade, uma diretiva da UE espelhada no “green deal” europeu, que exige que os produtores de hidrogénio renovável provem não só que a eletricidade que usam para a produção é proveniente de uma fonte adicional de eletricidade, ou seja, uma fonte renovável, mas também que “deve haver um elemento de adicionalidade, o que significa que os produtores de combustível de hidrogénio estão a adicionar a implantação e desenvolvimento renovável ou a financiar a produção de energia renovável”.

PAULO ROSA Economista Sénior do Banco Carregosa 26 de fevereiro 2021


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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.