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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Economia mundial em risco de recessão

A conjuntura macroeconómica penalizou os mercados bolsistas, havendo indícios de que uma recessão mundial poderá estar próxima.
 
As rentabilidades das obrigações de tesouro norte-americanas reforçaram a perceção de recessão, depois de a yield a dez anos ter caído para valores inferiores à da yield a dois anos, algo que não acontecia desde 2007. Os mercados acionistas reagiram em baixa, que já vinham de várias sessões em queda, embora com uma interrupção em que recuperam devido à retoma das conversações entre os EUA e a China, agendadas para o final deste mês.

Os EUA poderão aliviar algumas tarifas e adiar a implementação de outras sobre alguns produtos chineses até 15 de dezembro.

A Apple, que avisou que as tarifas afetarão os seus produtos fabricados na China (iPads, Macs e iPhones), beneficiou com estas notícias e a sua cotação subiu cerca de 5%.

Na Argentina, a vitória de Alberto Fernandes nas primárias consideradascomo primeira volta das eleições presidenciais que se realizarão em outubro -, e a derrota do presidente Maurício Macri, também penalizaram os mercados acionistas, com a bolsa argentina a perder cerca de 30%, bem como a moeda argentina a depreciar cerca de 30%.

Na Alemanha, os indicadores da actividade industrial dececionaram, e os mercados avaliam negativamente os setores automóvel e de componentes, e ainda as emblemáticas Thyssenkrup e Siemens , que emitiu um profit warning.

O setor bancário dominado pelo Deutsche e Commerzbank devem ser os bancos com os menores múltiplos da Europa, transparecendo a desconfiança sobre a sua capacidade em gerar lucros num ambiente de reduzidas taxas de juros. O PIB alemão contraiu 0.1% no segundo trimestre, uma economia muito dependente das exportações, que acaba por ser a primeira vítima do conflito comercial, penalizando o desempenho da economia da Zona Euro que apenas se expandiu 0.2%, próximo das estimativas.

Em Portugal o PIB cresceu 0.5% no segundo trimestre, acima dos 0.4% estimados.

Em Itália, as incertezas políticas também têm penalizado os mercados acionistas. O país viu a coligação a desmembrar-se e a aumentar a probabilidade de eleições antecipadas, juntando-se a Espanha e a Portugal para uma ronda de eleições legislativas no quarto trimestre deste ano.

As taxas de juros registaram novos mínimos históricos com Portugal esta semana a testar nos 10 anos os +0.178% e o diferencial face a Espanha a comprimir para 0.05% quando a Alemanha na mesma maturidade tem uma yield de — 0.61% quando se estima que o BCE baixe a taxa dos depósitos (de absorção de liquidez) para -0.50% dos atuais -0.40%. •

CAMBIAL PESO ARGENTINO EM QUEDA-LIVRE

O peso argentino perdeu cerca de 30% face ao dólar americano, para um novo mínimo histórico de 61.9987 pesos/dólar, depois do presidente argentino, Maurício Macri, ter perdido as eleições primárias para o rival Alberto Fernandes. A moeda argentina há muito que segue um trilho de depreciação, com diversos defaults deste. O Banco Central da Argentino subiu a taxa de juro de 63,7% ao ano para 74% para conter a desvalorização da moeda, que tem sido penalizada pela inflação galopante de 60%.

MATERIAS-PRIMAS OURO EM ALTA 

O ouro tocou em máximos de 6 anos a par das apreciações do Franco Suíço e do Iene Japonês que absorveram liquidez decorrentes dos investidores que estiveram a efetuar rísk-off'dos mercados acionistas. O ouro é beneficiado pelas políticas monetárias expansionistas dos principais bancos centrais. A cotação do ouro já subiu cerca de 20% desde 30 de maio, depois da política acomodatícia da Reserva federal norte-americana.

AÇÕES TÍTULOS DO BCP RECUAM

Em menos de um mês, as ações do BCP perderam cerca de 33%, face aos máximos deste ano nos 0.2889 verificados em julho. Existem perspectivas de que a sua unidade Polaca teria um impacto negativo se o tribunal Europeu penalizar a comercialização dos financiamentos à habitação em divida diversa do Zloty. Mas o BCP está confiante de que atingirá as metas do seu plano até 2021, apesar do ambiente externo mais adverso.

Para o CEO do banco, , as ações do BCP foram penalizadas por fatores externos, como a incerteza macroeconómica.
PAULO ROSA, "Jornal Económico" 16 de agosto de 2019


 

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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.