Políticas expansionistas
animam bolsas
Políticas monetárias expansionistas, nomeadamente da FED e do BCE, dão novo fôlego às acções e obrigações.
PAULO ROSA
Depois de um primeiro semestre em alta, com o PSI20 a ganhar 8,5%, o DAX30 17,43%, o CAC40 17,08%, o IBEX35 7,72%, o S&P500 17,36%, o Nasdaq 100 subiu 21,2% e o Dowjones 14,03%, os últimos seis meses do ano entram com o pé direito com ganhos em toda a linha nos mercados acionistas e obrigacionistas, com as rentabilidades das obrigações do tesouro a registarem mínimos históricos. A yield a 10 anos da bund alemã acentuou a sua queda e está já nos -0,41%, abaixo da taxa a que o BCE remunera os depósitos, a yield da dívida soberana francesa é de -0.10%, a espanhola de 0,21%, a irlandesa de 0,06%, e a rentabilidade da obrigação do tesouro portuguesa já regista um impressionante valor de 0,28%.
A semana foi positiva para as bolsas mundiais, e novos máximos históricos foram alcançados nos índices das praças norte-americanas. O S&P500 aproxima-se rapidamente dos 3.000 pontos. Várias notícias contribuíram para a semana positiva. Donald Trump alcançou uma trégua temporária na "guerra comercial" com o presidente chinês Xi Jinping. O BCE provavelmente deverá descer as taxas em 0.2 pontos percentuais, nomeadamente dos depósitos, de -0.4% para -0.6%, e reiniciar em setembro um novo "Quantitative Easing" (QE). Segundo os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago, a FED deverá descer as taxas de juro entre 2 a 3 vezes este ano. No final do mês, a 31 de julho, em 25 pontos base, do intervalo [2.25% 2.5%] para o intervalo [2%-2.25%]. Deverá voltar a descer 0.25 pontos percentuais a 18 setembro e, menos provável, mais 25 pontos na última reunião da FOMC no dia 11 de dezembro.
A atual responsável pelo FMI, a francesa Cristine Lagarde, foi apontada para suceder Mario Draghi na presidência do BCE. E vista como apologista de políticas monetárias expansionistas para recuperar o crescimento económica na Zona Euro, ou seja, continuidade das actuais políticas e aplicação de mais ferramentas "não convencionais". Donald Trump anunciou que pretende nomear Christopher Waller e Judy Shelton para o Conselho de Governadores da Reserva Federal norte-americana, ambos os nomes conhecidos pela sua postura expansionista no que concerne à política monetária. Judy Shelton chegou mesmo a afirmar, há meses, que se fosse responsável pela FED colocaria as taxas de juro nos 0%.
Porém, a atividade industrial na área do euro manteve-se, em junho, abaixo do desejável, com a redução das novas encomendas e a fraca confiança empresarial. O sentimento industrial no Japão deteriorou-se para o nível mais baixo dos últimos três anos.
PETRÓLEO
PREÇOS RECUAM APESAR DE ACORDO ENTRE RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA
Os preços do petróleo, apesar de impulsionados no início da semana pelas notícias de um acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita sobre o prolongamento do corte de produção de petróleo, acabaram por ceder a meio da semana depois de saber que a procura mundial está a enfraquecer. As perspetivas de um menor crescimento a nível mundial irão influenciar negativamente a procura futura de petróleo, e pressionar as cotações do petróleo em baixa, e este factor está a sobrepor-se à decisão tomada pela OPEP, liderada pela península arábica, nomeadamente pela Arábia Saudita, de manter o corte na produção por mais 9 meses.
OURO E BITCOIN METAL AMARELO EM MÁXIMOS DE 2013
A cotação do ouro ultrapassou a fasquia dos 1400 dólares/onça, e segue em máximos desde maio de 2013, impulsionado pelas perspectivas de redução das taxas de juro do dólar por parte da Reserva Federal norte-americana no futuro próximo. A criptomoeda mais falada entre as moedas virtuais, o Bitcoin, recupera parte das fortes perdas registadas nas últimas sessões, depois de ter alcançado os 14 mil dólares na semana passada, máximos desde finais de dezembro de 2017, quando alcançou valores à volta dos 20 mil dólares por cada bitcoin. A descidas taxas de juro do dólar conjugada com o "halving" em maio de 2020, estão a impulsionar a subida do bitcoin.
AÇÕES POLÓNIA E MERCADONA PENALIZAM DONA DO PINGO DOCE
A Jerónimo Martins foi penalizada pela notícia de que o governo polaco irá implementar, a partir de setembro, um imposto sobre as retalhistas. A abertura do Mercadona, e a intenção de abrir mais 150 lojas nos próximos anos também penalizou as empresas de retalho nacionais. O BCP está em máximos de maio de 2018, com várias casas a recomendarem o título. A Jefferies subiu o preço-alvo para 0.32 D. Os investidores continuam a apostar na queda dos CTT através de posições curtas. A Ram Active Investments detém uma posição curta de 0.51 % do capital social dos CTT, a Connor Clark Lunn aumentou a sua posição curta para um 1.7% e o Marshall Wace para 0.73%.
Paulo Monteiro Rosa, Jornal Económico, 5 julho 2019
Políticas monetárias expansionistas, nomeadamente da FED e do BCE, dão novo fôlego às acções e obrigações.
PAULO ROSA
Depois de um primeiro semestre em alta, com o PSI20 a ganhar 8,5%, o DAX30 17,43%, o CAC40 17,08%, o IBEX35 7,72%, o S&P500 17,36%, o Nasdaq 100 subiu 21,2% e o Dowjones 14,03%, os últimos seis meses do ano entram com o pé direito com ganhos em toda a linha nos mercados acionistas e obrigacionistas, com as rentabilidades das obrigações do tesouro a registarem mínimos históricos. A yield a 10 anos da bund alemã acentuou a sua queda e está já nos -0,41%, abaixo da taxa a que o BCE remunera os depósitos, a yield da dívida soberana francesa é de -0.10%, a espanhola de 0,21%, a irlandesa de 0,06%, e a rentabilidade da obrigação do tesouro portuguesa já regista um impressionante valor de 0,28%.
A semana foi positiva para as bolsas mundiais, e novos máximos históricos foram alcançados nos índices das praças norte-americanas. O S&P500 aproxima-se rapidamente dos 3.000 pontos. Várias notícias contribuíram para a semana positiva. Donald Trump alcançou uma trégua temporária na "guerra comercial" com o presidente chinês Xi Jinping. O BCE provavelmente deverá descer as taxas em 0.2 pontos percentuais, nomeadamente dos depósitos, de -0.4% para -0.6%, e reiniciar em setembro um novo "Quantitative Easing" (QE). Segundo os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago, a FED deverá descer as taxas de juro entre 2 a 3 vezes este ano. No final do mês, a 31 de julho, em 25 pontos base, do intervalo [2.25% 2.5%] para o intervalo [2%-2.25%]. Deverá voltar a descer 0.25 pontos percentuais a 18 setembro e, menos provável, mais 25 pontos na última reunião da FOMC no dia 11 de dezembro.
A atual responsável pelo FMI, a francesa Cristine Lagarde, foi apontada para suceder Mario Draghi na presidência do BCE. E vista como apologista de políticas monetárias expansionistas para recuperar o crescimento económica na Zona Euro, ou seja, continuidade das actuais políticas e aplicação de mais ferramentas "não convencionais". Donald Trump anunciou que pretende nomear Christopher Waller e Judy Shelton para o Conselho de Governadores da Reserva Federal norte-americana, ambos os nomes conhecidos pela sua postura expansionista no que concerne à política monetária. Judy Shelton chegou mesmo a afirmar, há meses, que se fosse responsável pela FED colocaria as taxas de juro nos 0%.
Porém, a atividade industrial na área do euro manteve-se, em junho, abaixo do desejável, com a redução das novas encomendas e a fraca confiança empresarial. O sentimento industrial no Japão deteriorou-se para o nível mais baixo dos últimos três anos.
PETRÓLEO
PREÇOS RECUAM APESAR DE ACORDO ENTRE RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA
Os preços do petróleo, apesar de impulsionados no início da semana pelas notícias de um acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita sobre o prolongamento do corte de produção de petróleo, acabaram por ceder a meio da semana depois de saber que a procura mundial está a enfraquecer. As perspetivas de um menor crescimento a nível mundial irão influenciar negativamente a procura futura de petróleo, e pressionar as cotações do petróleo em baixa, e este factor está a sobrepor-se à decisão tomada pela OPEP, liderada pela península arábica, nomeadamente pela Arábia Saudita, de manter o corte na produção por mais 9 meses.
OURO E BITCOIN METAL AMARELO EM MÁXIMOS DE 2013
A cotação do ouro ultrapassou a fasquia dos 1400 dólares/onça, e segue em máximos desde maio de 2013, impulsionado pelas perspectivas de redução das taxas de juro do dólar por parte da Reserva Federal norte-americana no futuro próximo. A criptomoeda mais falada entre as moedas virtuais, o Bitcoin, recupera parte das fortes perdas registadas nas últimas sessões, depois de ter alcançado os 14 mil dólares na semana passada, máximos desde finais de dezembro de 2017, quando alcançou valores à volta dos 20 mil dólares por cada bitcoin. A descidas taxas de juro do dólar conjugada com o "halving" em maio de 2020, estão a impulsionar a subida do bitcoin.
AÇÕES POLÓNIA E MERCADONA PENALIZAM DONA DO PINGO DOCE
A Jerónimo Martins foi penalizada pela notícia de que o governo polaco irá implementar, a partir de setembro, um imposto sobre as retalhistas. A abertura do Mercadona, e a intenção de abrir mais 150 lojas nos próximos anos também penalizou as empresas de retalho nacionais. O BCP está em máximos de maio de 2018, com várias casas a recomendarem o título. A Jefferies subiu o preço-alvo para 0.32 D. Os investidores continuam a apostar na queda dos CTT através de posições curtas. A Ram Active Investments detém uma posição curta de 0.51 % do capital social dos CTT, a Connor Clark Lunn aumentou a sua posição curta para um 1.7% e o Marshall Wace para 0.73%.
Paulo Monteiro Rosa, Jornal Económico, 5 julho 2019
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