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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Vacinas: presentes natalícios antecipados brindam bolsas com sucessivos máximos


JORNAL ECONÓMICO   | 04-12-2020 | PAG 26
PAULO ROSA Economista Sénior, Banco Carregosa 
 
FECHO DA SEMANA 
 
Após um novembro muito positivo, as bolsas mundiais continuam em alta, com as notícias sobre as vacinas a oferecerem otimismo. 
 
Após as farmacêuticas BioNTech e Pfizer anunciarem recentemente que haviam obtido resultados positivos com a suas vacinas, os investidores mostraram-se confiantes e premeiam esse feito com registo de novos máximos históricos. 
 
As duas empresas afirmaram que, de acordo com o estado atual da pesquisa, a vacina teve uma eficácia superior a 90% e que as pessoas envolvidas nos ensaios clínicos ainda não experimentaram quaisquer efeitos colaterais graves. Apenas uma semana após o anúncio dos dados positivos, a empresa farmacêutica Moderna também publicou dados positivos do estudo sobre a sua própria vacina candidata. A empresa norte-americana anunciou que a sua vacina oferece uma eficácia de 94,5%. 
 
Os mercados voltaram a reagir positivamente. As ações europeias tiveram um início de mês positivo e em máximos do início do ano, após os ganhos históricos de novembro, com o otimismo em torno de uma vacina contra o coronavírus a fortalecer a esperança de uma rápida recuperação económica. 
 
O número de norte-americanos que entraram com pedidos de subsídio de desemprego caiu na semana terminada a 28 de novembro, mas permanece consideravelmente elevado e penalizado pelas restrições comerciais generalizadas para desacelerar a vaga crescente de novas infeções por Covid-19. O declínio maior do que o esperado nos pedidos semanais de subsídio de desemprego foi provavelmente influenciado pelo feriado do Dia de Ação de Graças, que pode ter impactado o modelo que o governo usa para retirar as flutuações sazonais dos dados. Os pedidos caíram 75.000 para 712.000, após dois aumentos semanais consecutivos. 
 
A pandemia a agudizar e o pacote de estímulos fiscais, para mitigar os danos causado pelo confinamento, quase esgotado, estão a dificultar a recuperação económica, com a atividade do setor de serviços a desacelerar para o valor mais baixo dos últimos seis meses em novembro. republicanos e democratas no Congresso permaneceram incapazes de chegar a um acordo sobre outro pacote. 
 
As principais autoridades económicas dos EUA, Jerome Powell e Steven Mnuchin, pediram ao Congresso mais ajuda para as pequenas empresas perante a pandemia e a preocupação de que o alívio de uma vacina possa não chegar a tempo de evitar maiores penalizações. 
 
Na Europa, os impactos dos confinamentos para conterem a disseminação da Covid-19 continuaram a ser sentidos, com a atividade manufatureira na França e na Alemanha a desacelerar em novembro. Os dados robustos de atividade industrial na China impulsionaram os preços do cobre e do minério de ferro. 
 
Sobre o Brexit, um ministro britânico disse na terça-feira que ainda há hipótese de uma saída descontrolada da União Europeia sem um acordo comercial, já que as negociações sobre pesca, regras de governança e resolução de disputas foram interrompidas. ? 
 
EMPRESAS RETALHO 
 
A Dollar General divulgou resultados trimestrais melhores do que o esperado. A retalhista de descontos beneficiou da maior procura por mantimentos e itens domésticos mais baratos, durante a crise ditada pelo confinamento para impedir a propagação do novo coronavírus. O aumento do desemprego impulsionou a procura de cereais, vegetais e outros produtos essenciais a preços mais baixos e vendidos pela Dollar General. Há um crescimento de vendas “nas mesmas lojas” de cerca de 14% no período entre 31 de outubro e 1 de dezembro. 
 
CAMBIAL EURO/USD EM ALTA 
 
O euro ultrapassou o limite de 1,20 em relação ao dólar americano na terça-feira. Alguma cautela face a mais incentivos de Isabel Schnabel, membro da Comissão Executiva do BCE, uma clara vontade de continuar a gastar por parte do presidente-eleito Biden, e a sua equipa, e o sentimento geral de alta que se vive nos mercados financeiros empurrou o euro para cima. Provavelmente é mais um enfraquecimento do dólar. 
 
COMMODITIES COBRE 
 
A cotação do cobre está a níveis de 2013 e, no último mês, o rácio cobre/ouro tem estado descorrelacionado com a rentabilidade das obrigações a 10 anos dos EUA. O preço do cobre é uma medida confiável da saúde económica, uma vez que alterações da sua cotação podem sugerir crescimento global ou uma recessão iminente. 
 
Embora outros ativos também tenham recuperado após a queda do mercado no início da pandemia, o cobre ultrapassou os ativos com perfil de risco mais elevados, como o S&P 500, o ouro e a prata.  



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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.