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sexta-feira, 8 de março de 2019

PSI-20 arranca 2019 em modo acelerado. Efeito janeiro?

Correção em alta impulsionada pelo efeito janeiro ou inversão para uma tendência de alta? As recomendações têm sido revistas em alta à medida que as empresas vão ultrapassando os antigos preços-alvos. A meio do mês, e num só dia, três empresas do principal índice português, o PSI-20, foram beneficiadas.

A Jerónimo Martins teve mesmo duas recomendações positivas, uma pelo Deutsche Bank e outra da Kepler Chevreux, e também os CTT e a Sonae foram alvo de melhores recomendações, da Goldman Sachs com 4 euros de "target" e da JB Capital Markets com um "target" de 1,25 euros, respetivamente. Os CTT valorizaram, apesar de notícias que passam pela sua privatização mas em aparente alinhamento com o calendário eleitoral para as legislativas de Outono.

O PSI-20 recuperou nos últimos quatro meses mais de 10%, de valores abaixo dos 4600 pontos para valores acima dos 5100 pontos, algo que já não acontecia desde março do ano passado, recuperando à volta dos 600 pontos.

Mas será apenas efeito janeiro? Não devemos esquecer que o mês de janeiro do ano passado também teve uma subida bastante significativa. No entanto, apesar deste bom desempenho da bolsa nacional, a empresa tecnológica portuguesa, a Science4You, cancelou a sua estreia em bolsa devido à falta de interesse por parte dos investidores que ainda estão receosos do mercado, depois das fortes desvalorizações, principalmente menos recetivos de novidades, preferindo investir nos títulos que já têm histórico no mercado.

As taxas de juro de longo prazo, nomeadamente as rentabilidades das obrigações do tesouro português a 10 anos, encontram-se em níveis bastante baixos, nos 1,65%, dando confiança aos investidores nos mercados portugueses.

As contas públicas de Portugal estão aparentemente sólidas. O terceiro trimestre do ano passado foi o mais positivo de sempre. As administrações públicas registaram um saldo de 3,6% do PIB entre julho e setembro de 2018. O excedente orçamental português foi o segundo maior da União Europeia. O Banco Central Europeu poderá não encetar uma subida das taxas de juro a partir do próximo verão, existindo mesmo alguma probabilidade, caso se cristalize o cenário de estagnação económica, regressar a uma política monetária expansionista em moldes semelhantes aos dos últimos anos.

Na Europa e nos EUA, os índices acionistas somam também ganhos neste início do ano, recuperando das fortes perdas do último trimestre de 2018, e suportam igualmente a subida da praça portuguesa.

O índice PSI20 vai subindo, a cada dia que passa, como um todo, mas existe sempre o bom desempenho de dois ou três títulos, a cada sessão, que mais impulsionam a bolsa. A carteira de encomendas da Mota- Engil em Angola deverá ultrapassar os 800 milhões de euros", lê-se no comunicado. No entender da construtora, este montante é "fruto da dinâmica económica do país e da perspetiva de lançamento de alguns projetos significativos de promoção pública e privada", sendo que "o Grupo prevê ainda um crescimento da carteira de encomendas na ordem dos dois dígitos no decurso do exercício de 2019".

Todavia, nem todos os papéis têm contribuído para o bom comportamento do PSI-20. A Galp Energia tem mesmo penalizado o índice e perde cerca de 10% desde o dia 11 de janeiro. A empresa petrolífera nacional, a par da EDP, está a perder quota de mercado para as empresas espanholas, Endesa e Iberdrola. No entanto, segundo dados divulgados no início da semana, a Galp aumentou a produção de petróleo em 12% no quarto trimestre, um período de quebras na refinação e distribuição, e no gás natural e energia. 
PAULO ROSA, Vida Económica, 1 de fevereiro 2019

   


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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.