Este texto tem na sua génese a "queima do gato", há algumas semanas, numa aldeia recôndita de Vila Flor.
Serão as touradas, a par de outras manifestações e tradições com animais, actos bárbaros? Claro que sim! Mas ainda alguém tem dúvidas a esse respeito? São tradições antigas e que mais cedo ou mais tarde deixarão de existir, ou serão feitas noutros moldes. As tradições têm os seus próprios timings que devemos tentar respeitar. Termos a humildade e a compreensão suficientes, ou se calhar não!, para percebermos porque algumas pessoas continuam a ter determinadas atitudes bárbaras com os animais. As tradições espelham a vivência dos nossos antepassados que, julgo eu, não devemos jamais olvidar. Eu respeito as tradições, mas não deixo de manifestar a minha indignação quanto aos actos bárbaros que muitas existem.
Na tradição da “queima do gato”, agora que se tornou pública, provavelmente o gato será substituído por um desenho animado, e se não for para o ano será daqui a alguns anos. Agora que saiu do anonimato, esta tradição terá, e ainda bem, os dias contados e os gatos de Vila Flor e arredores passarão a viver tranquilos para sempre! Daqui por 100 anos, muito provavelmente, não haverá touradas.
Não vou negar que gosto de ver uma boa pega. A força do touro, apesar dos cornos embolados e já cansado, frente aos forcados. Talvez seja assim que o meu subconsciente observa, a força da natureza espelhada no augusto touro e na valentia do forcado...
A matança do porco ainda existe em muitas aldeias, mesmo as que são contíguas a Vila Real, e é relativamente bárbara. Tenho consciência de que fere susceptibilidades das pessoas da urbe. No entanto, saliento que assisti na íntegra a dezenas de matanças do porco e não é por causa disso que sou menos civilizado que os demais.
Tomo a liberdade de deixar aqui o meu ponto de vista: Os animais não têm direitos, nós [seres humanos] é que temos deveres para com os animais. Temos a obrigação de os [animais] tratar com a dignidade que eles nos merecem, temos o dever de tratar bem os animais.
Os animais não têm direitos? Claro que não. Porque se tivessem, deveriam ter também obrigações e, obviamente, não têm capacidades para isso. Os direitos são um apanágio do ser humano sempre complementados pelas obrigações, é assim que se manifesta a salutar vivência nos países civilizados.
Nenhum povo que trata mal os animais poderá algum dia alcançar, ou almejar, o desenvolvimento e o progresso humano. Mas, da mesma forma, os povos que dão mais valor a um animal que ao seu semelhante, que a outro ser humano, também jamais alcançarão uma plenitude civilizacional.
O ser humano olha para o animal como se ele tivesse os mesmos sentimentos que nós. Somos nós, muitas vezes, que sentimos pelos animais. Vimos os animais como se eles tivessem as mesmas características do Homem. Nós sofremos por eles [animais]...
Paulo Monteiro Rosa
Serão as touradas, a par de outras manifestações e tradições com animais, actos bárbaros? Claro que sim! Mas ainda alguém tem dúvidas a esse respeito? São tradições antigas e que mais cedo ou mais tarde deixarão de existir, ou serão feitas noutros moldes. As tradições têm os seus próprios timings que devemos tentar respeitar. Termos a humildade e a compreensão suficientes, ou se calhar não!, para percebermos porque algumas pessoas continuam a ter determinadas atitudes bárbaras com os animais. As tradições espelham a vivência dos nossos antepassados que, julgo eu, não devemos jamais olvidar. Eu respeito as tradições, mas não deixo de manifestar a minha indignação quanto aos actos bárbaros que muitas existem.
Na tradição da “queima do gato”, agora que se tornou pública, provavelmente o gato será substituído por um desenho animado, e se não for para o ano será daqui a alguns anos. Agora que saiu do anonimato, esta tradição terá, e ainda bem, os dias contados e os gatos de Vila Flor e arredores passarão a viver tranquilos para sempre! Daqui por 100 anos, muito provavelmente, não haverá touradas.
Não vou negar que gosto de ver uma boa pega. A força do touro, apesar dos cornos embolados e já cansado, frente aos forcados. Talvez seja assim que o meu subconsciente observa, a força da natureza espelhada no augusto touro e na valentia do forcado...
A matança do porco ainda existe em muitas aldeias, mesmo as que são contíguas a Vila Real, e é relativamente bárbara. Tenho consciência de que fere susceptibilidades das pessoas da urbe. No entanto, saliento que assisti na íntegra a dezenas de matanças do porco e não é por causa disso que sou menos civilizado que os demais.
Tomo a liberdade de deixar aqui o meu ponto de vista: Os animais não têm direitos, nós [seres humanos] é que temos deveres para com os animais. Temos a obrigação de os [animais] tratar com a dignidade que eles nos merecem, temos o dever de tratar bem os animais.
Os animais não têm direitos? Claro que não. Porque se tivessem, deveriam ter também obrigações e, obviamente, não têm capacidades para isso. Os direitos são um apanágio do ser humano sempre complementados pelas obrigações, é assim que se manifesta a salutar vivência nos países civilizados.
Nenhum povo que trata mal os animais poderá algum dia alcançar, ou almejar, o desenvolvimento e o progresso humano. Mas, da mesma forma, os povos que dão mais valor a um animal que ao seu semelhante, que a outro ser humano, também jamais alcançarão uma plenitude civilizacional.
O ser humano olha para o animal como se ele tivesse os mesmos sentimentos que nós. Somos nós, muitas vezes, que sentimos pelos animais. Vimos os animais como se eles tivessem as mesmas características do Homem. Nós sofremos por eles [animais]...
Paulo Monteiro Rosa
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