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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

2017: Um mar de incertezas à nossa frente



O índice que mede a incerteza da política económica na União Europeia, o "European Economic Policy Uncertainty Composite Index", foi criado em janeiro de 1987 e com uma periodicidade mensal. Trinta anos depois, o índice está em máximos de sempre, como se pode verificar no gráfico. Este índice é baseado nas notícias de jornais de referência das cinco maiores economias da União Europeia (Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha).  

No 11 de setembro, o índice registou um máximo nos 200 pontos. No final de 2011, em plena crise das dívidas soberanas da Zona Euro, o índice atingiu os 300 pontos. Em meados do ano passado, o índice atingiu um novo máximo nos 432 pontos, na sequência do "Brexit". Com a vitória de Donald Trump nas presidenciais dos EUA, em novembro, atingiu os 392 pontos.

2017 é um ano cheio de eventos: as políticas da administração de Donald Trump com os seus altos e baixo, freios e contrapesos de tribunais e do congresso, as eleições na Holanda a 15 de março, em França a 1ª volta no final de abril e a 2ª no início de maio e na Alemanha a 24 de setembro. Também os contornos do "Brexit" e a reação de outras nações do Reino Unido, caso da Irlanda do Norte e da Escócia.

A demografia na Europa, com o envelhecimento populacional e inversão da pirâmide demográfica natural, está a colocá-la num beco sem saída e é já o fator que mais penaliza a sua economia. Para muitos políticos, o acolhimento de refugiados serviria para colmatar a falta de população, para outros tantos aumenta a insegurança e prejudica a economia europeia. Sem natalidade crescente e de 2.1 crianças por casal, a economia europeia não cresce…

Os Credit Default Swaps (CDS) a 5 anos (uma espécie de seguros para eventuais incumprimentos) da Alemanha e da França têm vindo a aumentar nas últimas semanas. A cotação do ouro tem subido constantemente desde finais de 2015, a espelhar tensões geopolíticas disruptivas. O "spread" entre as rentabilidades das obrigações do tesouro alemão e francês, a 10 anos, têm-se alargado, refletindo o receio dos investidores quanto aos resultados eleitorais franceses. 

Paulo Rosa, In "Vida Económica", 10 de fevereiro 2017


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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.