Ninguém para estes mercados! Os índices bolsistas norte-americanos não
param de registar novos máximos. Mesmo com eventos desfavoráveis, desde a
revisão em baixa do rating de crédito da China, pela significativa
alavancagem desta economia, até aos atentados terroristas de Manchester,
o "mood" permanece intacto a "surfar a onda positiva". Parece que, para
já, nada o parará. Noutras ocasiões, noutras fases do mercado, com um
sentimento mais reservado, mais receio e menos apetite pelo risco,
notícias semelhantes e com o mesmo impacto levaram a vendas massivas
("sell-off"), com quedas muitas vezes superiores a 4 ou 5% num só dia.
O canto do cisne não andará longe. Quanto mais tempo demorar a aparecer a correção das bolsas dos EUA maior será a crise financeira, maior será o ajustamento. Se não for antes, a correção pode acontecer quando a Reserva Federal norteamericana (FED) começar a hesitar ou mesmo a travar a subida das taxas de juro. Esse cenário é muito provável quando surgirem os primeiros sinais de abrandamento da economia norte-americana. Os futuros transacionados na bolsa de Chicago (CME Group) indiciam uma subida de 25 pontos base para 1.25%, com uma probabilidade de 83%, na próxima reunião da FOMC (Reunião do Comité da Reserva Federal para decisão da política monetária), depois de três subidas de ¼ ponto iniciadas em dezembro de 2015, quando a taxa se fixava nos 0.25%.
Apesar da taxa de desemprego nos EUA se encontrar muito perto do pleno emprego, nos 4.5%, uma boa parte do emprego criado é a tempo parcial e com salários baixos. Poderemos estar numa fase económica cada vez mais intensiva em trabalho e menos em capital, com menor investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) que, mais cedo ou mais tarde, se irá repercutir negativamente no crescimento económico norte-americano. Há bolhas criadas em quase todos os sectores da economia, algumas já com alguns anos, não só nos EUA, mas também na China, países europeus e Japão. Bolhas imobiliárias, bolhas de crédito, provavelmente bolhas acionistas e obrigacionistas em alguns mercados ocidentais, bolhas nas empresas tecnológicas, as denominadas "dotcom", bolhas nos cartões de crédito, nas dívidas soberanas da maior parte dos países da Zona Euro, na China e no Japão, acima dos 100% do PIB nominal.
Com tantos fatores de desequilíbrio porque é que os mercados continuam em alta? As taxas de juro historicamente baixas, algumas a zero, como as do Banco Central Europeu, ou negativas, como as de alguns bancos centrais nórdicos e do Banco Nacional da Suíça (-0.75%), não deixam alternativas aos investidores que não seja continuar a apostar na compra de ações e obrigações ou produtos cada vez mais arriscados. As baixas taxas de juro estimulam o apetite pelo risco e acabam por distorcer a própria relação entre retorno e risco, porque o risco é cada vez maior e os retornos tendem, mais tarde ou mais cedo, a ser negativos. A correção terá, provavelmente, um impacto bastante negativo, com fortes ajustamentos nos mercados…
Com o mercado em alta, há mais rendimento disponível, mais compras e investimento, o que se reflete em melhores resultados empresariais e consequente subida das cotações. Mas é uma espiral falaciosa, alimentada pelas políticas expansionistas dos bancos centrais. A qualquer momento este ciclo pode inverter-se com a queda das cotações, menos rendimento, diminuição do consumo e do investimento, degradação dos resultados das empresas, queda das ações e obrigações…
Paulo Rosa, Jornal Semanário "Vida Económica", 2 de Junho 2017
O canto do cisne não andará longe. Quanto mais tempo demorar a aparecer a correção das bolsas dos EUA maior será a crise financeira, maior será o ajustamento. Se não for antes, a correção pode acontecer quando a Reserva Federal norteamericana (FED) começar a hesitar ou mesmo a travar a subida das taxas de juro. Esse cenário é muito provável quando surgirem os primeiros sinais de abrandamento da economia norte-americana. Os futuros transacionados na bolsa de Chicago (CME Group) indiciam uma subida de 25 pontos base para 1.25%, com uma probabilidade de 83%, na próxima reunião da FOMC (Reunião do Comité da Reserva Federal para decisão da política monetária), depois de três subidas de ¼ ponto iniciadas em dezembro de 2015, quando a taxa se fixava nos 0.25%.
Apesar da taxa de desemprego nos EUA se encontrar muito perto do pleno emprego, nos 4.5%, uma boa parte do emprego criado é a tempo parcial e com salários baixos. Poderemos estar numa fase económica cada vez mais intensiva em trabalho e menos em capital, com menor investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) que, mais cedo ou mais tarde, se irá repercutir negativamente no crescimento económico norte-americano. Há bolhas criadas em quase todos os sectores da economia, algumas já com alguns anos, não só nos EUA, mas também na China, países europeus e Japão. Bolhas imobiliárias, bolhas de crédito, provavelmente bolhas acionistas e obrigacionistas em alguns mercados ocidentais, bolhas nas empresas tecnológicas, as denominadas "dotcom", bolhas nos cartões de crédito, nas dívidas soberanas da maior parte dos países da Zona Euro, na China e no Japão, acima dos 100% do PIB nominal.
Com tantos fatores de desequilíbrio porque é que os mercados continuam em alta? As taxas de juro historicamente baixas, algumas a zero, como as do Banco Central Europeu, ou negativas, como as de alguns bancos centrais nórdicos e do Banco Nacional da Suíça (-0.75%), não deixam alternativas aos investidores que não seja continuar a apostar na compra de ações e obrigações ou produtos cada vez mais arriscados. As baixas taxas de juro estimulam o apetite pelo risco e acabam por distorcer a própria relação entre retorno e risco, porque o risco é cada vez maior e os retornos tendem, mais tarde ou mais cedo, a ser negativos. A correção terá, provavelmente, um impacto bastante negativo, com fortes ajustamentos nos mercados…
Com o mercado em alta, há mais rendimento disponível, mais compras e investimento, o que se reflete em melhores resultados empresariais e consequente subida das cotações. Mas é uma espiral falaciosa, alimentada pelas políticas expansionistas dos bancos centrais. A qualquer momento este ciclo pode inverter-se com a queda das cotações, menos rendimento, diminuição do consumo e do investimento, degradação dos resultados das empresas, queda das ações e obrigações…
Paulo Rosa, Jornal Semanário "Vida Económica", 2 de Junho 2017
CLASSES SOCIAIS.
ResponderEliminar1 - Classe dos PAGADORES de impostos , as pessoas , as famílias , as empresas , que formam no seu conjunto a Sociedade-Explorada .
2 - Classe dos CONSUMIDORES de impostos , os políticos , os burocratas , os funcionários , que formam no seu conjunto o Estado-Ladrão .
Só resta saber o que é mais importante =
a) Baixar o nível total da carga fiscal , ou
b) Aumentar os incentivos concretos ao trabalho produção poupança e investimento , reduzindo e/ou abolindo impostos , ou
c) Finalmente as essas duas soluções a) e b) em conjunto .
Só não vê quem não quer .
PENSE BEM ... pensar ainda não PAGA IMPOSTO .