Vem nos livros de introdução à
economia eé quase uma evidência “La Palisse" para uma parte da população:
à medida que a atividade económica abranda, os juros devem descer para
estimulá-la. Existem muitos rácios e valores para avaliar o nível de atividade
económica eum deles éo rácio ouro/cobre. O nível de taxa de juro poderá ser
aferido pelas rentabilidades das obrigações do tesouro, e se existir perceção
de abrandamento económico, que poderá ser espelhada pelo aumento do rácio
ouro/cobre, as taxas de juro tendem a diminuir e as cotações dos títulos de
dívida pública a aumentar.
O cobre é sensível ao crescimento económico eo ouro à procura de refúgio e
proteção perante alterações nos rendimentos reais. Atualmente, o ouro é também
uma cabal reserva de valor devido às baixas taxas de juro das principais moedas
fiduciárias. A rentabilidade do tesouro é um reflexo de refúgio, das
perspetivas de crescimento económico e do nível de inflação. A “yield
curve" norte-americana espelha a política monetária da Reserva Federal,
embora Jerome Powell afirme que não a controla, mas contradiz se ao referir que
as taxas de juro vão permanecer próximas de zero até 2022.
Em caso de abrandamento económico, o cobre será menos procurado ea propensão
para a compra de ouro será maior à medida que a incerteza aumenta, logo o rácio
tenderá a ser mais elevado. Para estimular a atividade económica, os juros
propendem a descer. Se o rácio ouro/cobre cair, isso indica uma aceleração do
crescimento. Perante uma expansão económica considerável, o consumo de cobre
tende a aumentar, a procura de ouro por motivos de incerteza tende a ser menor
e o rácio descerá. Os juros têm espaço para subir e regressar aos níveis
anteriores, de recessão ou abrandamento económico, para refrear a atividade
económica e impedir a indesejável inflação muito acima dos 2% e preservar o
ciclo económico expansionista durante um período mais longo.
Existem muitas estratégias de negociação e as correlações são das mais
importantes e com um maior grau de sucesso. Poderá ser uma oportunidade
interessante de "trading" caso exista alguma divergência
significativa pontual do sentido do movimento do rácio ouro/cobre ou da normal
evolução dos juros perante maior ou menor atividade económica. Vendendo ou
comprando o que está subavaliado ou sobreavaliado e esperar que regressem a
valores normais para fechar a posição.
Em caso de abrandamento económico e perspetiva de descida da taxa de juro para
estimular o crescimento, as obrigações do Tesouro, mais sensíveis ao risco de
taxa de juro e menos ao risco de crédito, tenderão a valorizar, bem como a
cotação do ouro. Enquanto o cobre propende a desvalorizar, e, assim, há lugar a
uma subida do rácio ouro/cobre.
No gráfico, podemos observar um crescimento económico considerável impulsionado
e justificado, em parte, pela política orçamental expansionista da Administração
de Donald Trump, eleita em novembro de 2016. Este crescimento começou a dar
sinais de fadiga em 2019 e início de 2020, culminando numa forte desaceleração
aquando do confinamento, iniciado em março, perante a agudização da pandemia de
Covid-19.
Paulo Rosa, 3 de julho de 2020, Vida Económica
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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