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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

ENTENDIMENTO ACERCA DO BEM-ESTAR E DA FELICIDADE


O que é o bem estar? Pode ser tudo ou nada. É subjectivo. O que é a felicidade? Como se atinge?

O objectivo da ciência económica é a maximização do bem-estar, ou seja a minimização dos receios, dos agentes económicos.

Como se percebe que o bem-estar de alguém é elevado? Mede-se pelo grau de satisfação que uma pessoa tem com determinado bem ou serviço. E como meço o grau de satisfação? Pela felicidade.

Em suma, uma pessoa maximiza o seu bem-estar quanto está plenamente feliz.

E como meço a felicidade? Tal como referia Nietzsche, a felicidade é a ausência de medo, de receios. Se eu não tenho medo, se nada me apoquenta neste momento, então eu estou feliz. Se isso se prolongar no tempo, então eu sou feliz. 

Bem-estar é função do medo. Bem-estar=f(medo). É uma função negativa, inversamente proporcional. Quanto menor for o medo maior será a felicidade, o bem-estar e vice-versa.


Uma independência financeira das pessoas reduz muitíssimo os seus receios, pelo menos os básicos. Logo nesta situação elas estão mais felizes.

A felicidade, o bem-estar, está dentro da nossa mente. Se eu não tiver receio de nada então sou feliz. Os bens materiais ajudam muito, mas não são tudo. Existem pessoas sem qualquer carência material, ricas financeiramente, mas bastante infelizes, depressivas, por causa de uma doença grave, por causa de um amor não correspondido, por alguma crise de identidade. No fundo esta pessoa, apesar da sua situação financeira desafogada tipo à Cristiano Ronaldo ou Bill Gates, pode estar carregada de medos e numa infelicidade tremenda.

Tendencialmente as pessoas com mais desafogo financeiro são mais felizes. Nós hoje somos mais felizes que os nossos antepassados. Os medos antigamente eram em muito maior número, no entanto as pessoas refugiavam-se em crenças, nomeadamente religiosas, e esses medos eram debelados. Os mitos tendem a ser cada vez menos e desmistificados.
Mas o desconhecimento em relação a muitas coisas é uma vantagem para o alcance da felicidade. A cobiça e a inveja em relação aos nossos semelhantes é um foco viral de infelicidade nos nossos dias. Depois a culpa é da crise... palavra cada vez mais gasta e que veio para ficar como uma das palavras mais utilizadas diariamente.

Muitos contentam-se com pouco e outros, apesar de muito, precisam de muito mais. O consumismo por si só pode trazer menos felicidade que uma vida franciscana ou de meditação.

A apreciação e contemplação de um quadro, de uma paisagem, o degustar de um bom vinho pode trazer-nos muito mais felicidade/bem-estar do que ter um Ferrari na garagem. É tudo relativo...

Uma pessoa que viva na Papuásia Nova Guiné ou numa recôndita zona africana, sem qualquer posse financeira, pode ser mais feliz que um multimilionário de um país ocidental.

O bem-estar pode ser alcançado com um bom vinho. A felicidade pode estar num carro ou numa vida dedicada aos outros sem querer nada em troca como o fez a Madre Teresa de Calcutá...
A felicidade, que nós tanto procuramos algures no exterior, está na nossa mente, no nosso interior.

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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.