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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A FED subirá taxas a 17 de setembro?

Depois de mais de um ano a descerem, desde o final do mês de janeiro as taxas de juros das "t-bonds", obrigações do tesouro norte-americano, têm subido sustentadamente, nomeadamente nos prazos mais longos, a 30 e 10 anos, sinalizando uma maior probabilidade de subida de taxas por parte da Reserva federal norte-americana (FED).

As taxas de juro de curto prazo, negociadas no mercado monetário e denominadas de "LIBOR" (London Interbank Bank Offer Rate), neste caso do dólar americano (USD), quer sejam as maturidades a 1 mês, 3 meses, 6 meses ou 12 meses subiram cerca de 40% desde o início do ano, o que espelham um aumento da expectativa de subida da taxa de juro de referência da FED.

As taxas de juro de longo prazo, transacionadas no mercado de capitais, plasmadas nas "yields" (taxas implícitas) das obrigações do tesouro, neste caso norte-americano, também registam uma subida desde o início do ano. Ambas as taxas, quer do mercado monetário, quer do mercado de capitais indiciam uma subida das taxas de juro por parte da FED, mais cedo ou mais tarde…

As taxas de juro de referência da FED subirão na próxima reunião no dia 17 de setembro? Neste momento está a 0.14% e varia no intervalo [0%-0.25%]. A probabilidade de subida de 25 pontos base para os 0.50%, segundo a CME Group FedWatch, é hoje de 24%. No entanto há um mês era de 54%. Os dados macroeconómicos chineses, e em parte dos EUA, bem como a incerteza provocada pela volatilidade e pela significativa queda das bolsas chineses, mas também com alguma expressão as descidas registadas nas praças dos EUA e da Europa, contribuíram para uma redução da perceção de subida das taxas de juros por parte da Reserva federal norte-america, a "FED FUND RATE", e que é facilmente corroborado no quadro abaixo.














O Banco Central Europeu (BCE), depois da reunião no passado dia 3 de setembro, reforçou a continuação da sua expressiva e vigorosa política monetária inflacionista, que poderá estender-se para lá do mês de setembro de 2016, data estabelecida para o término do programa de compra de ativos (QE, "Quantitative Easing"). O BCE estima que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) se mantenha bastante aquém dos 2%, meta estipulada pelo tratado da União Europeia, e se assista a deflação de preços até ao final deste ano. Estes dois fatores reduzem também as probabilidades de alterações das taxas de juro por parte da FED nas suas próximas reuniões (FMOC, "Federal Open Market Committee"), porque em caso de subida da taxa de juro directora da FED, o EUR/USD tenderá a ser arrastado para números abaixo da paridade. Poderemos assistir a políticas monetárias contrárias entre os dois maiores blocos económicos mundiais, os EUA e a Zona Euro, sendo responsáveis por mais de metade da riqueza produzida a nível mundial? A FED com uma política monetária marcadamente contracionista ("Tightening") e o BCE com uma política monetária vigorosamente expansionista ("Loosening"), é pouco provável que venha a acontecer…

Paulo Rosa, In Vida Económica 11 de setembro 2015







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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.