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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os resultados dos bancos cotados na bolsa portuguesa

Após vários anos de prejuízos, maioria dos bancos portugueses regressou aos lucros este ano. O BCP lucrou 264.5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, tal como era esperado e a ultrapassar as perdas de 109.5 milhões de euros no período homólogo do ano passado. O BCP espera pagar parte da ajuda pública no próximo ano e amortizar a totalidade antes do prazo limite.

O BPI registou lucros de 151 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, acima dos lucros estimados pelos analistas de 115.2 milhões de euros e já distantes dos prejuízos de 140 milhões euros de igual período do ano passado. O BPI diz que insiste na redução dos custos para reforçar os seus resultados.

O Banco Popular e a Allianz apresentaram ofertas vinculativas para a compra da seguradora Açoreana, pertencente ao Banif, e entre os candidatos já se encontram o fundo norte-americano Apollo e a seguradora Caravela. A venda é uma exigência da Comissão Europeia, no âmbito de reestruturação do Banif, a troco da ajuda de Estado. O Banif ainda deve 125 milhões de euros ao Estado e, além disso, o Estado tem 600 milhões de euros aplicados no capital social do banco que, à cotação atual de 0.0030 J, valem apenas 180 milhões de euros. Qual é a probabilidade do Estado recuperar o seu dinheiro - o empréstimo e o capital próprio – colocado no Banif? Só o futuro poderá responder a delicada questão. O Banif divulga os resultados dos primeiros 9 meses do ano, no próximo dia 11 de novembro. No primeiro semestre do ano teve um lucro de 16.1 milhões de euros, algo que já não acontecia desde 2010.

Os bancos gregos reportaram os seus testes de "stress" no passado 31 de outubro. Segue-se a divulgação dos resultados dos testes aos bancos portugueses. Como estará a saúde financeira do sistema bancário europeu? Apesar das melhorias nos últimos anos, os testes podem trazer surpresas e necessidades de recapitalizar alguns bancos, o que vai influenciar a evolução da banca portuguesa nos próximos tempos.

No entanto, apesar do desempenho razoável e de uma tendência positiva dos dados dos bancos portugueses, persiste uma dúvida que pode afetar este desempenho: os resultados do Novo Banco. Será que o NB vai precisar de aumentar o capital? Qual o seu montante e quem o fará? São aguardados com expectativa os testes "stress" do Novo Banco, para saber se precisará repor rácios. O BCP referiu que não tem intenção de injetar mais dinheiro no Fundo de Resolução, que neste momento é de 4.9 mil milhões de euros, o capital social do Novo Banco. Segundo o BCP, o maior contribuinte do fundo a seguir à CGD, não deve ser o Fundo de Resolução a capitalizar o Novo Banco. Do total do Fundo de Resolução, 3.9 mil milhões de euros são um empréstimo do Estado que continua por pagar. A uma taxa de 2,95%, o Estado já recebeu mais de 120 milhões de euros em juros.

Os rácios de transformação têm melhorado e as classificações de crédito dos bancos cotados no PSI20 (BPI, BCP e Banif) estabilizaram nos últimos tempos, como é observado no quadro abaixo. 

Paulo Rosa, In Vida Económica, 6 de novembro 2015








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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.