Após vários anos de prejuízos,
maioria dos bancos portugueses regressou aos lucros este ano. O BCP lucrou
264.5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, tal como era esperado e
a ultrapassar as perdas de 109.5 milhões de euros no período homólogo do ano
passado. O BCP espera pagar parte da ajuda pública no próximo ano e amortizar a
totalidade antes do prazo limite.
O BPI registou lucros de 151 milhões de euros
entre janeiro e setembro deste ano, acima dos lucros estimados pelos analistas
de 115.2 milhões de euros e já distantes dos prejuízos de 140 milhões euros de
igual período do ano passado. O BPI diz que insiste na redução dos custos para
reforçar os seus resultados.
O Banco Popular e a Allianz apresentaram ofertas
vinculativas para a compra da seguradora Açoreana, pertencente ao Banif, e
entre os candidatos já se encontram o fundo norte-americano Apollo e a
seguradora Caravela. A venda é uma exigência da Comissão Europeia, no âmbito de
reestruturação do Banif, a troco da ajuda de Estado. O Banif ainda deve 125
milhões de euros ao Estado e, além disso, o Estado tem 600 milhões de euros
aplicados no capital social do banco que, à cotação atual de 0.0030 J, valem
apenas 180 milhões de euros. Qual é a probabilidade do Estado recuperar o seu
dinheiro - o empréstimo e o capital próprio – colocado no Banif? Só o futuro
poderá responder a delicada questão. O Banif divulga os resultados dos
primeiros 9 meses do ano, no próximo dia 11 de novembro. No primeiro semestre
do ano teve um lucro de 16.1 milhões de euros, algo que já não acontecia desde
2010.
Os bancos gregos reportaram os seus testes de "stress" no passado 31
de outubro. Segue-se a divulgação dos resultados dos testes aos bancos portugueses.
Como estará a saúde financeira do sistema bancário europeu? Apesar das
melhorias nos últimos anos, os testes podem trazer surpresas e necessidades de
recapitalizar alguns bancos, o que vai influenciar a evolução da banca
portuguesa nos próximos tempos.
No entanto, apesar do desempenho razoável e de
uma tendência positiva dos dados dos bancos portugueses, persiste uma dúvida
que pode afetar este desempenho: os resultados do Novo Banco. Será que o NB vai
precisar de aumentar o capital? Qual o seu montante e quem o fará? São
aguardados com expectativa os testes "stress" do Novo Banco, para
saber se precisará repor rácios. O BCP referiu que não tem intenção de injetar
mais dinheiro no Fundo de Resolução, que neste momento é de 4.9 mil milhões de
euros, o capital social do Novo Banco. Segundo o BCP, o maior contribuinte do
fundo a seguir à CGD, não deve ser o Fundo de Resolução a capitalizar o Novo
Banco. Do total do Fundo de Resolução, 3.9 mil milhões de euros são um
empréstimo do Estado que continua por pagar. A uma taxa de 2,95%, o Estado já
recebeu mais de 120 milhões de euros em juros.
Os rácios de transformação têm
melhorado e as classificações de crédito dos bancos cotados no PSI20 (BPI, BCP
e Banif) estabilizaram nos últimos tempos, como é observado no quadro abaixo.
Paulo Rosa, In Vida Económica, 6 de novembro 2015
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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