As tecnológicas
norte-americanas lideram nas bolsas
O Nasdaq 100, principal índice tecnológico mundial e sediado nos EUA, tem registado correções nas últimas sessões. Perdeu quase 4% no início da semana. No entanto, apresenta um ganho à volta de 30% nos últimos 12 meses, e de 227% desde 2010.
É o setor com melhor desempenho nas bolsas norte-americanas, e as empresas deste setor são atualmente as que têm maior capitalização bolsista a nível global. A Apple é a empresa do mundo com maior capitalização bolsista, com uns impressionantes 760 mil milhões de dólares, quase 4 vezes a riqueza produzida em Portugal quando mensurada pelo PIB, seguida pela Alphabet, empresa do motor de busca Google, com 665 mil milhões de dólares. Em terceiro vem a Microsoft com 510 mil milhões de dólares e em quarto lugar segue-se a Amazon, com 425 mil milhões de dólares, a fechar o "TOP 5" e em quinto lugar aparece o líder das redes sociais, o Facebook, com 430 mil milhões de dólares. Ou seja, no "TOP 5" temos apenas empresas tecnológicas. Há 4 ou 5 anos atrás, eram as empresas petrolíferas que lideravam e com capitalizações bastante inferiores, à volta de 300 mil milhões de dólares.
Porém, se atentarmos às receitas geradas, algumas destas empresas deixam de figurar entre as maiores e são substituídas pela retalhista norte-americana Walmart, pela elétrica chinesa State Grid, pelas petrolíferas chinesas Sinopec e China National Petroleum, e o britânico-holandês Royal Dutch Shell. No que concerne aos lucros, a Apple continua no pódio, com mais de 50 mil milhões de dólares de resultados positivos.
É interessante verificar que em 2016 e 2017 aparecem no "TOP 10" da capitalização bolsistas apenas empresas norte-americanas. Nos anos anteriores já aparecem por vezes a PetroChina, a China Mobile, a chinesa ICBC, as empresas suíças Nestlé, Hoffmann-La Roche e Novartis, e o britânico-holandês Royal Dutch Shell.
As empresas tecnológicas têm beneficiado bastante das alavancagens no mercado e dos balanços dos Bancos Centrais, nomeadamente da Reserva Federal, que permanecem bastante indecisos, e a maior parte desse capital acaba por ser canalizado para os mercados, por falta de alternativas na economia real, nos setores produtivos, diretamente em Investigação & Desenvolvimento (I&D), não invalidando o forte esforço que grande pane das empresas tecnológicas têm efetuado em novos investimentos em investigação, porém talvez não justifiquem as valorizações registadas em bolsa.
A alavancagem existe de igual modo na atividade das empresas que geram cada vez mais lucros operacionais com base em endividamento. Nas empresas que constituem o S&P1500, verifica-se, desde 2013, um aumento das dívidas para gerar o mesmo EBITDA ("Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e no Russell 2000 desde 2009.
O Nasdaq 100, principal índice tecnológico mundial e sediado nos EUA, tem registado correções nas últimas sessões. Perdeu quase 4% no início da semana. No entanto, apresenta um ganho à volta de 30% nos últimos 12 meses, e de 227% desde 2010.
É o setor com melhor desempenho nas bolsas norte-americanas, e as empresas deste setor são atualmente as que têm maior capitalização bolsista a nível global. A Apple é a empresa do mundo com maior capitalização bolsista, com uns impressionantes 760 mil milhões de dólares, quase 4 vezes a riqueza produzida em Portugal quando mensurada pelo PIB, seguida pela Alphabet, empresa do motor de busca Google, com 665 mil milhões de dólares. Em terceiro vem a Microsoft com 510 mil milhões de dólares e em quarto lugar segue-se a Amazon, com 425 mil milhões de dólares, a fechar o "TOP 5" e em quinto lugar aparece o líder das redes sociais, o Facebook, com 430 mil milhões de dólares. Ou seja, no "TOP 5" temos apenas empresas tecnológicas. Há 4 ou 5 anos atrás, eram as empresas petrolíferas que lideravam e com capitalizações bastante inferiores, à volta de 300 mil milhões de dólares.
Porém, se atentarmos às receitas geradas, algumas destas empresas deixam de figurar entre as maiores e são substituídas pela retalhista norte-americana Walmart, pela elétrica chinesa State Grid, pelas petrolíferas chinesas Sinopec e China National Petroleum, e o britânico-holandês Royal Dutch Shell. No que concerne aos lucros, a Apple continua no pódio, com mais de 50 mil milhões de dólares de resultados positivos.
É interessante verificar que em 2016 e 2017 aparecem no "TOP 10" da capitalização bolsistas apenas empresas norte-americanas. Nos anos anteriores já aparecem por vezes a PetroChina, a China Mobile, a chinesa ICBC, as empresas suíças Nestlé, Hoffmann-La Roche e Novartis, e o britânico-holandês Royal Dutch Shell.
As empresas tecnológicas têm beneficiado bastante das alavancagens no mercado e dos balanços dos Bancos Centrais, nomeadamente da Reserva Federal, que permanecem bastante indecisos, e a maior parte desse capital acaba por ser canalizado para os mercados, por falta de alternativas na economia real, nos setores produtivos, diretamente em Investigação & Desenvolvimento (I&D), não invalidando o forte esforço que grande pane das empresas tecnológicas têm efetuado em novos investimentos em investigação, porém talvez não justifiquem as valorizações registadas em bolsa.
A alavancagem existe de igual modo na atividade das empresas que geram cada vez mais lucros operacionais com base em endividamento. Nas empresas que constituem o S&P1500, verifica-se, desde 2013, um aumento das dívidas para gerar o mesmo EBITDA ("Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e no Russell 2000 desde 2009.
Paulo Monteiro Rosa, Jornal "Vida Económica", 16 de junho de 2017