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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Mercados respiram com tréguas dos EUA à Huawei


Esta semana registaram-se mínimos históricos na rentabilidade das obrigações do tesouro português, abaixo de 1%.
 

As tréguas dos EUA, por 90 dias, à Huawei permitiram ao mercado respirar um pouco depois das quedas desde o início de maio. A empresa de telemóveis chinesa, a Huawei, é neste momento a principal arma de arremesso na guerra comercial entre os EUA e a China.

Donald Trump colocou a Huawei na lista negra, o que levou a Google e as empresas fabricantes de chips a suspenderem os negócios com a empresa chinesa.

A Huawei pode perder o acesso ao Android, Play Store e apps do Google. As administrações das empresas americanas fabricantes de chips Qualcomm, Intel, Xilinx e Broadcom poderão suspender as encomendas para a Huawei. Devido a esse facto, as tecnológicas norte-americanas sofreram fortes quedas no início da semana, mas recuperadas na sessão seguinte.

As actas referentes à última reunião da Reserva Federal, divulgadas na passada quarta-feira, mostram inflação moderada, mas transitória, que será paciente em qualquer movimentação das taxas de juros nos próximos tempos. Os futuros sobre taxas de juro da Fed, negociadas na bolsa de derivados de Chicago, espelham probabilidades de descida das taxas de juro crescente à medida que se aproximam do final do ano. Neste momento, a probabilidade de descida de taxa de juro da Fed em janeiro de 2020 em 25 pontos base, de 2,5% para 2,25%, é de 39%, de 50 pontos base, de 2,5% para 2%, é de 27% e manutenção nos 2,5% é de 21%. Não há, neste momento, perspectivas de subida das taxas de juro da Reserva Federal norte- -americana. A descida das taxas juro de longo prazo do dólar, nomeadamente a yield das obrigações do tesouro dos EUA a 10 anos, reflete um abrandamento económico, baixa inflação e uma política monetária expansionista.

A taxa de juro das obrigações soberanas portuguesas a 10 anos registou um novo mínimo histórico e quebrou os 1%. O spread da dívida portuguesa em relação à alemã a 10 anos, é neste momento de 1,1%, dos mais baixos desde 2008. Entre 1999, quando foi criado o euro, e 2007, o spread andou sempre muito perto de zero, à volta de 0,2%, com o mercado a percepcionar, nessa altura, uma cabal integração europeia.

Esta semana, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP realizou a troca de maturidade em abril 2021 para maio 2026, no montante de 742 milhões de euros, adiando o pagamento da dívida em cinco anos.

A falência da empresa de aviação Low Cost WOW teve um impacto bastante significativo na pequena economia da Islândia, com a redução de turistas, e levou mesmo o banco central islandês a cortar a taxa de juro para estimular a economia que agora se prevê um contração.

AÇOES PSI20

As papeleiras nacionais, Navigator e Altri, têm sido penalizadas. O aumento de custos, nomeadamente químicos e madeira, são um entrave ao crescimento do lucro, que se mantém estável em termos anuais desde 2011, em torno dos 200 milhões de euros. O fim do benefício no preço de venda da energia de biomassa em 2020 está também a penalizar a principal empresa de pasta do país. A Semapa, que detém cerca de 70% da Navigator, também tem sido penalizada. Os CTT recuperaram dos mínimos históricos depois de ser conhecidas compras por parte da Manuel Champalimaud SGPS, que detém cerca de 12.5% da empresa postal.

CAMBIAL LIBRA E RENMINBI

A libra esterlina continuou a perder esta semana em relação ao euro e regista mínimos desde fevereiro. As negociações complexas e sem consensos sobre o Brexit têm penalizado a libra. Perante a guerra comercial entre os EUA e a China, a moeda chinesa depois de depreciar mais de 3%, dos 6,70 para 6,90 por cada dólar americano, esta semana manteve-se em torno deste valor. O Banco Central da China é um dos principais players no conflito comercial. Pequim tem utilizado frequentemente o instrumento cambial, mas espera não desvalorizar muita a sua moeda, até porque espera que haja um acordo positivo no final das conversações com Washington.

COMMODITIES PETRÓLEO

A cotação do petróleo desceu cerca de 5% esta semana. Os EUA passaram a importar novamente petróleo da Venezuela e a Arábia Saudita está preocupada com o crescente aumentos dos stocksque poderão penalizar o preço do crude. A OPEP reuniu-se no passado fim de semana, mas a principal medida tomada sobre os níveis de produção foi adiada para a próxima reunião, dias 25 e 26 de junho em Viena. A OPEP, a Rússia e outros produtores não membros do cartel concordaram em reduzir a sua produção de petróleo em 1,2 milhão de barris por dia a partir do início do ano. A próxima reunião visa decidir sobre uma prorrogação do prazo ou ajuste do actual pacto em vigor. 

Paulo Monteiro Rosa, 24 de maio de 2019



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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.