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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Início em alta do segundo semestre

Depois de um semestre positivo para as principais praças mundiais, com máximos históricos de alguns índices norte-americanos, o segundo semestre inicia em alta.

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os EUA estão a "vencer" a guerra comercial, depois de alcançar uma trégua temporária com o presidente chinês Xi Jinpíng. Os indicadores sobre a indústria chinesa mostraram que a economia continua frágil, destacando a necessidade de que esta trégua com os EUA não seja duradoura.

A indústria na área do euro mantevese enfraquecida no mês passado, à medida que as novas encomendas diminuíram e a confiança das empresas permaneceu baixa.

O sentimento entre os grandes fabricantes japoneses deteriorou-se para o nível mais baixo dos últimos três anos. As tensões comerciais aumentaram as incertezas quanto às perspetivas económicas nipónicas.

Os mercados acionistas iniciaram o segundo semestre com ganhos em toda a linha. O sentimento global foi impulsionado após a trégua comercial entre os EUA e a China no G20, enquanto o presidente Trump também se encontrou com o líder da Coreia do Norte na Zona desmilitarizada e se tornou o primeiro Presidente dos EUA a entrar em território nortecoreano. Os mercados acionistas foram também beneficiados pelos setores sensíveis ao comércio internacional (empresas exportadoras), bem como empresas ligadas ao setor energético, após os preços do petróleo terem sido impulsionados pelas notícias de um acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita sobre o prolongamento do corte de produção de petróleo. A OPEP, liderada pela península arábica, nomeadamente pela Arábia Saudita, acabou por decidir manter o corte na produção por mais nove meses.

Segundo o Banco norte-americano Goldman, o Banco Central Europeu deverá descer as taxas em 0,2 pontos percentuais, nomeadamente dos depósitos, de -0,4% para -0,6%, e reiniciar em setembro um novo "Quantitative Easing" (QE). A Reserva Federal norte-americana deverá descer as taxas de juro no final do mês, a 31 de julho, em 25 pontos base, do intervalo [2,25% 2,5%] para o intervalo [2%-2,25%]. A escolha de Christine Lagarde para o lugar de Mário Draghi à frente do BCE e a intenção de Donald Trump de nomear Christopher Waller e Judy Shelton para o Conselho de Governadores da FED transmitem um forte sinal de continuação das políticas monetárias expansionistas, e podem continuar a impulsionar os ativos financeiros, apesar do enfraquecimento dos dados macroeconómicos que corroboram as descidas das taxas de juro e uma política monetária expansionista.

O índice acionista norte-americano S&P500 iniciou o seguindo semestre com um novo máximo histórico, e aproxima-se da barreira psicológica dos 3000 pontos. Os índices acionistas europeus registaram um "buli market" sustentável no primeiro semestre,

sendo que a maior parte encontra-se acima da média móvel de 200 dias (MM200).

O indicador de atividade, PMI Global, medido pelo banco norte-americano JPMorgan cai desde o início de 2018, e descendo para o nível mais baixo dos últimos sete anos e registando leituras abaixo dos 50, valor que delimita a fronteira entre expansão e recessão económica, pela primeira vez desde o segundo semestre de 2012.

Os estudos a nível mundial sobre a produção sinalizam que o crescimento terá terminado, e na maioria dos casos a contração estará a chegar. Dos 30 países utilizados na amostra do PMI de junho, a maioria, ou seja, 18, sinalizaram contração. China, Japão, Alemanha, Reino Unido, Taiwan, Coreia do Sul, Itália e Rússia estão entre os países que enfrentam desacelerações. Os EUA, a índia, o Brasil e a Austrália foram algumas das maiores nações industriais a registar uma expansão.

Nos EUA, o indicador de atividade PMI, divulgado a 1 de julho, foi de 51.7, ligeiramente acima do esperado, e em território de expansão económica. 
PAULO ROSA

Economista/senior trader do Banco Carregosa







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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.