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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Bolsas americanas registam novos máximos históricos


Depois de alguma incerteza, a economia dos EUA volta a mostrar sinais de resiliência, com o risco de uma recessão nos próximos 12 meses a diminuir.

Sénior Trader e Economista do Banco Carregosa

No início da semana, os três principais índices accionistas dos EUA voltaram a renovar máximos históricos, impulsionados pelas excpectatívas de que a primeira fase do acordo com a China pudesse ser fechada antes do final do ano. Porém, já no final da semana, e perante os avanços e recuos de Donald Trump, as bolsas de ações norte-americanas regressaram perdas, após o presidente da Administração dos EUA ter referido que a China não fez ainda quaisquer concessões aos EUA para que as negociações avancem e cheguem a bom porto. O apoio dos EUA aos manifestantes em Hong Kong veio agudizar as tensões das negociações comerciais com aquele país.

A notícia de que o governo dos EUA vai estender por mais 90 dias as licenças atribuídas às empresas norte-americanas para fazerem negócios com a gigante tecnológica chinesa Huawei ajudou a aliviar as preocupações, no início da semana. No entanto, o presidente da empresa chinesa não está preocupado com o provável embargo por parte dos EUA, e disse que o impacto para a tecnológica é residual e que as principais prejudicadas são as próprias empresas norte-americanas

Depois de alguma incerteza, a economia norte-americana volta a mostrar sinais de resiliência, com o risco de uma recessão ocorrer nos próximos 12 meses a diminuir,

A curva de rendimentos está mais estabilizada e os dados económicos divulgados ainda estão confortavelmente acima dos níveis da recessão. Em novembro, espera-se uma recuperação do ISM, principal indicador de actividade industrial norte-americano, para valores acima dos 50 pontos, depois de três meses a sinalizar uma eventual recessão económica.

Segundo os futuros sobre as taxas de Juro de referência da Reserva Federal negociados na bolsa de derivados de Chicago, novas descidas são cada vez mais improváveis, facto também corroborado pelas atas publicadas esta semana referentes à última reunião da FOMC.

Regressaram as probabilidades, ainda que pouco significativas, de subida de taxas de juro, o que não acontecia há vários meses, e mostra a robustez da economia dos EUA, que poderá continuar a suportar o mercado acionista não só do lado de lá do Atlântico, mas também da Europa, Japão e economias emergentes.

O PSI20 intensificou as perdas no final da semana passada, ainda que sejam desvalorizações pouco significativas, acumulando uma perda de 2% na semana, comportamento alinhado com as sua congéneres europeias, nomeadamente o DAX30, o CAC40 e o IBEX35.

É esperada que a próxima semana seja bastante calma, marcada pelas comemorações do dia de Acção de Graças nos EUA (ThanksGíving Day") na próxima quinta-feira. As praças norte-americanas estarão encerradas a quinta-feira e abrem apenas meia sessão no dia seguinte, sexta-feira. 

COTADAS 
A casa financeira Berenberg inicia a cobertura da Corticeira Amorim com recomendação de compra e preço-alvo de 12 euros, o título subiu cerca de 3%. As vendas da Ibersol subiram 6,1% até setembro, mas os lucros caíram 27%. A Mota-Engil e irmãos Martins pretendem reforçar no capital da Martifer. Sonae Capital vende RACE por 15,8 milhões. A EDP registou máximos dos últimos 11 anos, desde junho de 2008. Há tensão na Pharol, com o novo acionista a querer destituir três administradores, entre eles Nelson Tanure.

AÇÕES INTERNACIONAIS 
Na quinta-feira, a Thyssenkrupp caiu . cerca de 8%, a maior descida intradiária, desde 15 de maio, depois de ter anunciado que tem intenções de suspender os dividendos. A LVMH e a Tiffany iniciaram negociações depois da proprietária francesa da Louis Vuitton ter revisto em alta a oferta pela empresa de joalharia norte-americana, dos anteriores 120 dólares parai 30 dólares. A empresa de semicondutores AMD registou um dos melhores desempenhos do Nasdaq100, com a Wells Fargo a subir o preço alvo de 40 dólares para 48 dólares.

PETRÓLEO
O petróleo recuperou das perdas do início da semana, depois dos stocks desta matéria-prima nos EUA terem aumentado abaixo do esperado e da Rússia ter afirmado que continuará a cooperar
com a OPEP para manter o equilíbrio do mercado. A Saudi Aramco, a maior petrolífera do mundo, está confiante no interesse dos investidores para realizar a oferta pública iniciaL (OPV). A gigante estatal do petróleo, a Aramco, revela que os pedidos antecipados são quase suficientes para realizar o IPO, para aquela que será a maior empresa cotada do mundo.


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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.