O bom comportamento das bolsas
acionistas nas últimas sessões, e após o "sell-off" nos mercados
acionistas nas primeiras sete sessões de fevereiro, reconfirmou a permanência
do momento altista dos ativos de risco. Os principais índices acionistas,
nomeadamente nos EUA, continuam acima das médias móveis dos 200 dias (MA200). O
DAX30 está ligeiramente abaixo, mas poderá quebrar em alta a MA200 e chegar aos
13.000 pontos.
Para dissipar as dúvidas legítimas de alguns investidores acerca da força do mercado, na quartafeira, dia 14 de fevereiro, a reação positiva das ações ao Índice de Preços no Consumidor de janeiro, e que saiu nos 2,1%, (contra os 1,9% esperados), realçando a pressão inflacionista da economia dos EUA, corroborou o bom momento do mercado acionista.
Na primeira hora a seguir à divulgação do dado, o futuro do S&P500 e o índice Dax30 caíram cerca de dois pontos percentuais. Posteriormente, anularam todas as perdas e regressaram aos ganhos nesse mesmo dia e, nas sessões seguintes, retomaram as subidas. Finalizaram a semana de 12 a 16 de fevereiro com uma das melhores prestações desde 2011. Tudo leva a crer que o mercado acionista volta a estar formatado apenas para as boas notícias. Os bons números macroeconómicos a nível mundial permanecem intactos. É de esperar um acelerar da subida da taxa de juro do dólar, com maior frequência, por parte da Reserva Federal, mas o mercado acionista permanece resiliente e imune a esse facto.
No entanto, as obrigações seguem pressionadas com a subida das yields das dívidas soberanas, designadamente nos EUA e na Alemanha (T-bonds e Bunds).
Depois da fuga para ativos de menor risco verificada nas primeiras sessões do mês (em particular no dia 5 de fevereiro, segunda-feira negra) eis que o dinheiro volta a sair do mercado obrigacionista e a reentrar na vertente acionista. A colocação de dívida portuguesa, no dia 14 de fevereiro, a 5 e a 10 anos, correu bastante bem, e veio corroborar o bom momento da economia portuguesa e as boas perspetivas para a manutenção do rating no nível de "investimento", isto é, de menor risco.
Um próximo sinal de alerta nos mercados acionistas será a quebra em alta da fasquia dos 3% pela "yield" das Treasuries a 10 anos, a que poderemos assistir, muito provavelmente, nas próximas semanas. Os olhos dos investidores começam a posicionar-se na próxima reunião da Reserva Federal norteamericana a 20 e 21 de março.
Atualmente, o futuro cotado no CME (Bolsa de Derivados de Chicago) referente à taxa de juro da FED para a próxima reunião indica uma probabilidade de 83% de subida de 0,25 pontos percentuais, para 1,75%.
A alta da moeda única, em particular contra o dólar norteamericano, continua correlacionada com a subida do mercado acionista e com as expetativas de maior inflação e dívida pública nos EUA, e registou máximos desde dezembro de 2014, nos 1,2555 USD. A cotação do futuro do crude WTI regressou aos ganhos, depois de duas semanas em baixa. A Apple subiu dos 157 para os 173 USD/ação, próximos dos 180 dólares alcançados em janeiro, o que demonstra o regresso dos investidores ao mercado acionista, nomeadamente às "big tech".
Uma inversão da tendência altista dos mercados, o fim deste "bullmarket" duradouro, provavelmente acontecerá, e terá maior aceitação e credibilidade junto dos investidores, com um duplo topo ou outra figura técnica como uma "head & Shoulders", como em certa medida aconteceu em 2000 e em 2007.
Paulo Monteiro Rosa, 23 de fevereiro de 2018
Para dissipar as dúvidas legítimas de alguns investidores acerca da força do mercado, na quartafeira, dia 14 de fevereiro, a reação positiva das ações ao Índice de Preços no Consumidor de janeiro, e que saiu nos 2,1%, (contra os 1,9% esperados), realçando a pressão inflacionista da economia dos EUA, corroborou o bom momento do mercado acionista.
Na primeira hora a seguir à divulgação do dado, o futuro do S&P500 e o índice Dax30 caíram cerca de dois pontos percentuais. Posteriormente, anularam todas as perdas e regressaram aos ganhos nesse mesmo dia e, nas sessões seguintes, retomaram as subidas. Finalizaram a semana de 12 a 16 de fevereiro com uma das melhores prestações desde 2011. Tudo leva a crer que o mercado acionista volta a estar formatado apenas para as boas notícias. Os bons números macroeconómicos a nível mundial permanecem intactos. É de esperar um acelerar da subida da taxa de juro do dólar, com maior frequência, por parte da Reserva Federal, mas o mercado acionista permanece resiliente e imune a esse facto.
No entanto, as obrigações seguem pressionadas com a subida das yields das dívidas soberanas, designadamente nos EUA e na Alemanha (T-bonds e Bunds).
Depois da fuga para ativos de menor risco verificada nas primeiras sessões do mês (em particular no dia 5 de fevereiro, segunda-feira negra) eis que o dinheiro volta a sair do mercado obrigacionista e a reentrar na vertente acionista. A colocação de dívida portuguesa, no dia 14 de fevereiro, a 5 e a 10 anos, correu bastante bem, e veio corroborar o bom momento da economia portuguesa e as boas perspetivas para a manutenção do rating no nível de "investimento", isto é, de menor risco.
Um próximo sinal de alerta nos mercados acionistas será a quebra em alta da fasquia dos 3% pela "yield" das Treasuries a 10 anos, a que poderemos assistir, muito provavelmente, nas próximas semanas. Os olhos dos investidores começam a posicionar-se na próxima reunião da Reserva Federal norteamericana a 20 e 21 de março.
Atualmente, o futuro cotado no CME (Bolsa de Derivados de Chicago) referente à taxa de juro da FED para a próxima reunião indica uma probabilidade de 83% de subida de 0,25 pontos percentuais, para 1,75%.
A alta da moeda única, em particular contra o dólar norteamericano, continua correlacionada com a subida do mercado acionista e com as expetativas de maior inflação e dívida pública nos EUA, e registou máximos desde dezembro de 2014, nos 1,2555 USD. A cotação do futuro do crude WTI regressou aos ganhos, depois de duas semanas em baixa. A Apple subiu dos 157 para os 173 USD/ação, próximos dos 180 dólares alcançados em janeiro, o que demonstra o regresso dos investidores ao mercado acionista, nomeadamente às "big tech".
Uma inversão da tendência altista dos mercados, o fim deste "bullmarket" duradouro, provavelmente acontecerá, e terá maior aceitação e credibilidade junto dos investidores, com um duplo topo ou outra figura técnica como uma "head & Shoulders", como em certa medida aconteceu em 2000 e em 2007.
Paulo Monteiro Rosa, 23 de fevereiro de 2018
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