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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Gradual desconfinamento suporta mercados

O Nasdaq segue impulsionado pela Facebook e Amazon, títulos que continuam a registar máximos históricos consecutivos. O S&P 500 está 12% abaixo do seu topo de sempre e o Dowjones a 17% dos seu valor mais alto de todos os tempos.

Os três índices registam uma subida superior a 30% em relação aos mínimos de março, devido aos estímulos sem precedentes. O S&P 500 segue ligeiramente abaixo da média móvel de 200 dias (MA200), estando a ser uma verdadeira resistência. Os investidores estão animados pelas notícias sobre o desenvolvimento de uma vacina e reforço dos estímulos monetários e orçamentais. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disseram que o governo e o banco central estão a considerar mais medidas para garantir que as áreas mais atingidas da economia recebam apoio adequado.

Na Europa, o mercado recebeu com significativa satisfação o acordo alcançado entre a Alemanha e a França para um fundo de recuperação de 500 mil milhões de euros a "fundo perdido" para enfrentar os danos causados pela pandemia Covid19».

A medida que os bloqueios são atenuados e a epidemia de coronavírus é controlada sob um número cada vez maior de países, alguma recuperação da economia já está a ser incluída nos preços das ações.

O BCP reportou um lucro líquido no primeiro trimestre da 35,3 milhões de euros, uma queda de 77%, uma vez que o banco registou 78,8 milhões de euros de provisões para riscos associados ao surto do coronavírus. A receita líquida de juros ascendeu aos 385,5 milhões de euros, um crescimento de 6,3%. O BCP referiu que está numa posição sólida para enfrentar o choque económico causado pela pandemia

A Société Generale afirmou que 18 empresas europeias que podem estar em risco de realizarem aumentos de capital: Dia, Air France- -KLM, Deutsche Lufthansa, Europcar Mobility, Meggitt, Norma, SGL Carbon, Solvay, K+S, Atlantia, IGT, Melia Hotels, Lagardere, Repsol, PGS, Altice Europe, IAG, EDF. As ações espanholas seguem com um desempenho abaixo da maior parte das praças europeias. Os bancos enfrentam preocupações com o crédito malparado. A pandemia está também a penalizar outras grandes empresas, como a retalhista Inditex SA e a IAG SA, empresa detentora de companhias aéreas, incluindo a British Airways e a Iberia.

Bancos turcos melhoram após a recente recuperação da Lira dos mínimos históricos.

AÇÕES

EUROPA

Lucro do BCP no 1B trimestre cai 77% com o peso das provisões para riscos de coronavírus.

A Air France decidiu pela simplificação da frota para aumentar a competitividade, usando aeronaves mais modernas e de alto desempenho, e com pegada ambiental reduzida. Os A380 serão substituídos por aviões de nova geração, incluindo Airbus A350 e Boeing 787, cujas entregas estão em andamento. A decisão surge no contexto da crise da Covid-19. O rating da IAG foi reduzido para "junk" pela S&P para BB de BBB-, Outlook negativo.

COMMODITIES

BRENT

A curva do petróleo continua a recuperar. No entanto, ainda permanece ascendente, com as cotações dos contratos para entrega imediata ou nos prazos mais curtos mais baixas que os preços indicativos para os contratos mais longos para o final do ano e seguintes, ditando, apesar do alívio, a perseverança do contango, que continua, assim, a sinalizar recessão económica. Mas o supercontango, no WTI está a desaparecer, à medida que as restrições à circulação são levantadas e a esperança de uma vacina aumenta.

CAMIBIAL

PESO ARGENTINO

As economias dos mercados emergentes e as suas moedas continuam pressionados pela contração económica provocada pela pandemia. O peso argentino atingiu novos mínimos históricos face ao dólar americano nos 68 pesos. A cotação do dólar no mercado paralelo é mais elevada, por volta dos 125 pesos. O país caminha para novo default a 22 de maio, quando vence o pagamento de 500 milhões de dólares de juros de três obrigações soberanas. O governo quer reestruturar alguns títulos e está confiante nas negociações com a comissão de mercados dos EUA (SEC), 
PAULO ROSA  Jornal Económi
co

Economista Sénior, Banco Carregosa 



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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.