Enfraquecimento das perspetivas económicas
Tensões comerciais estão a penalizar a economia alemã, enquanto o presidente da Fed anunciou que o banco central irá retomar a compra de títulos do Tesouro.
PAULO ROSA Senior Trader e Economista do Banco Carregosa
O continuo enfraquecimento das perspectivas económicas italianas estão a dificultar o governo de Itália na implementação e execução de um orçamento expansionista. Será muito difícil evitar um aumento de impostos, nomeadamente sobre o consumo, pressionando num futuro próximo um provável agravamento das taxas de juro do tesouro italiano, que recuperaram significativamente nos últimos três meses, dos 2,7% para 0,9%, no que se refere às yields da dívida soberana a 10 anos. Há um ano a rentabilidade da dívida pública italiana era de quase 4%, mais precisamente 3,8%. A indústria alemã teve um desempenho marginalmente melhor em agosto do que em julho, mas os principais indicadores apontam para mais debilidade pela frente, parecendo estar a estender-se do sector manufatureiro aos serviços.
As exportações caíram 1,8% em agosto, mais do que era esperado (-1%) e o excedente da balança comercial germânica caiu para 16,2 mil milhões euros bastante aquém dos 18,8 mil milhões esperados, e do verificado no mês de julho de 21,4 mil milhões de euros. As tensões comerciais estão a penalizar significativamente a economia, que dificilmente escapará à recessão técnica - dois trimestres seguidos de contração económica - quando for divulgado o PIB referente ao terceiro trimestre no dia 14 de novembro. O PIB alemão contraiu 0,1% no segundo trimestre. O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, disse que o banco central retomará as compras de títulos do Tesouro e sugeriu a possibilidade de outro corte na taxa de juros.
O que poderá acontecer já na próxima reunião da Fed no dia 30 de outubro, mostrando os receios das autoridades monetárias dos EUA quanto a um abrandamento da economia. Os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago espelham atualmente uma probabilidade de 85% para mais uma descida da taxa de juro diretora da Reserva Federal em 25 pontos base, para o intervalo 1,5% a 1,75%. O que seria o terceiro corte consecutivo de 0,25 pontos percentuais, depois das descidas nas anteriores reuniões de 18 de setembro e de 31 de julho. Nos mercado accionistas, houve alguma recuperação esta semana depois da China afirmar que está disponível para negociar um acordo comercial com os EUA apesar da existência da 'Blacklist tech', uma lista de empresas tecnológicas chinesas alvo de um embargo por parte dos EUA. O financiamento do BCE aos bancos portugueses caiu para o nível mais baixo desde 2010.
O governo português deverá fazer na próxima semana, e de acordo com pretensões anunciadas em abril, um reembolso antecipado do empréstimo de resgate no montante de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira este mês. Esta antecipação resultará numa poupança em juros em cerca de 120 milhões de euros. Portugal financiou-se a 15 anos, em 750 milhões, com novo mínimo nos 0,49%, e a procura a exceder a oferta em 2,5 vezes.
Cambial – TRY/USDA
lira turca caiu para o mínimo do último mês após incursão das tropas turcas em território sírio. Este facto está a deixar os investidores apreensivos quanto a um adensar das tensões geopolíticas naquela região. A Síria tem sido apoiada, nomeadamente ao nível militar, pela Rússia, e a Turquia é um membro da Nato. Donald Trump irá receber Erdogan, o presidente da Turquia, no próximo dia 13 de novembro. Existem analistas que vaticinam novos mínimos históricos para a lira turca, se as incursões por militares em território sírio persistirem.
Acções
O RBC Capital Markets subiu o preço-alvo da REN para 2.60 de 2.10 euros. A Dom Maklerski mBanku subiu a Jerónimo Martins de reduzir para manter, com preço-alvo de 14.30 euros.A JB Capital Markets cortou o preço-alvo da Altri de 10.25 para 6.20 euros e de comprar para neutral.A Navigator deverá ser penalizadas pela queda do preço da pasta de papel, e irá antecipar a meta da neutralidade do carbono em 15 anos, investindo 158 milhões de euros. A Telecom Italia planeia um “Spinoff” e posterior colocação em bolsa do seu Data Center. Deutsche Bank pretende cortar cerca de metade dos seus 18.000 empregos, o HSBC entre outros. A Philips emitiu um “profit warning” remetendo acrescidos desafios do comércio internacional.
Commodities - Petróleo
Depois de uma semana de fortes descidas, devido ao aumento dos stocks de petróleo e ao agudizar dos receios quanto a um arrefecimento da economia mundial, os preços do petróleo recuperaram esta semana. Num esforço para suportar os preços, a Nigéria anunciou, no início da semana, que está preparada, e em sintonia com outros países da OPEP, para reduzir ainda mais a produção. No entanto, o preço do petróleo em Nova Iorque mantém-se nos 53.5 USD/Barril, aquém dos mínimos dos últimos dois meses, nos 51 USD/barril. Em Londres, o Brent, referência para Portugal, cota abaixo dos 60 USD/Barril.
Tensões comerciais estão a penalizar a economia alemã, enquanto o presidente da Fed anunciou que o banco central irá retomar a compra de títulos do Tesouro.
PAULO ROSA Senior Trader e Economista do Banco Carregosa
O continuo enfraquecimento das perspectivas económicas italianas estão a dificultar o governo de Itália na implementação e execução de um orçamento expansionista. Será muito difícil evitar um aumento de impostos, nomeadamente sobre o consumo, pressionando num futuro próximo um provável agravamento das taxas de juro do tesouro italiano, que recuperaram significativamente nos últimos três meses, dos 2,7% para 0,9%, no que se refere às yields da dívida soberana a 10 anos. Há um ano a rentabilidade da dívida pública italiana era de quase 4%, mais precisamente 3,8%. A indústria alemã teve um desempenho marginalmente melhor em agosto do que em julho, mas os principais indicadores apontam para mais debilidade pela frente, parecendo estar a estender-se do sector manufatureiro aos serviços.
As exportações caíram 1,8% em agosto, mais do que era esperado (-1%) e o excedente da balança comercial germânica caiu para 16,2 mil milhões euros bastante aquém dos 18,8 mil milhões esperados, e do verificado no mês de julho de 21,4 mil milhões de euros. As tensões comerciais estão a penalizar significativamente a economia, que dificilmente escapará à recessão técnica - dois trimestres seguidos de contração económica - quando for divulgado o PIB referente ao terceiro trimestre no dia 14 de novembro. O PIB alemão contraiu 0,1% no segundo trimestre. O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, disse que o banco central retomará as compras de títulos do Tesouro e sugeriu a possibilidade de outro corte na taxa de juros.
O que poderá acontecer já na próxima reunião da Fed no dia 30 de outubro, mostrando os receios das autoridades monetárias dos EUA quanto a um abrandamento da economia. Os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago espelham atualmente uma probabilidade de 85% para mais uma descida da taxa de juro diretora da Reserva Federal em 25 pontos base, para o intervalo 1,5% a 1,75%. O que seria o terceiro corte consecutivo de 0,25 pontos percentuais, depois das descidas nas anteriores reuniões de 18 de setembro e de 31 de julho. Nos mercado accionistas, houve alguma recuperação esta semana depois da China afirmar que está disponível para negociar um acordo comercial com os EUA apesar da existência da 'Blacklist tech', uma lista de empresas tecnológicas chinesas alvo de um embargo por parte dos EUA. O financiamento do BCE aos bancos portugueses caiu para o nível mais baixo desde 2010.
O governo português deverá fazer na próxima semana, e de acordo com pretensões anunciadas em abril, um reembolso antecipado do empréstimo de resgate no montante de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira este mês. Esta antecipação resultará numa poupança em juros em cerca de 120 milhões de euros. Portugal financiou-se a 15 anos, em 750 milhões, com novo mínimo nos 0,49%, e a procura a exceder a oferta em 2,5 vezes.
Cambial – TRY/USDA
lira turca caiu para o mínimo do último mês após incursão das tropas turcas em território sírio. Este facto está a deixar os investidores apreensivos quanto a um adensar das tensões geopolíticas naquela região. A Síria tem sido apoiada, nomeadamente ao nível militar, pela Rússia, e a Turquia é um membro da Nato. Donald Trump irá receber Erdogan, o presidente da Turquia, no próximo dia 13 de novembro. Existem analistas que vaticinam novos mínimos históricos para a lira turca, se as incursões por militares em território sírio persistirem.
Acções
O RBC Capital Markets subiu o preço-alvo da REN para 2.60 de 2.10 euros. A Dom Maklerski mBanku subiu a Jerónimo Martins de reduzir para manter, com preço-alvo de 14.30 euros.A JB Capital Markets cortou o preço-alvo da Altri de 10.25 para 6.20 euros e de comprar para neutral.A Navigator deverá ser penalizadas pela queda do preço da pasta de papel, e irá antecipar a meta da neutralidade do carbono em 15 anos, investindo 158 milhões de euros. A Telecom Italia planeia um “Spinoff” e posterior colocação em bolsa do seu Data Center. Deutsche Bank pretende cortar cerca de metade dos seus 18.000 empregos, o HSBC entre outros. A Philips emitiu um “profit warning” remetendo acrescidos desafios do comércio internacional.
Commodities - Petróleo
Depois de uma semana de fortes descidas, devido ao aumento dos stocks de petróleo e ao agudizar dos receios quanto a um arrefecimento da economia mundial, os preços do petróleo recuperaram esta semana. Num esforço para suportar os preços, a Nigéria anunciou, no início da semana, que está preparada, e em sintonia com outros países da OPEP, para reduzir ainda mais a produção. No entanto, o preço do petróleo em Nova Iorque mantém-se nos 53.5 USD/Barril, aquém dos mínimos dos últimos dois meses, nos 51 USD/barril. Em Londres, o Brent, referência para Portugal, cota abaixo dos 60 USD/Barril.
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