O índice do "fluxo do smart money", ou índice de "fluxo de
dinheiro inteligente", é um indicador de análise técnica que tem como
objetivo revelar o sentimento dos investidores. O índice foi inventado e
popularizado pelo gestor financeiro Don Hays. Este indicador é construído com
base em padrões de preços que são formados em diferentes momentos do dia.
O índice do "fluxo de smart money" é calculado com base em dois
períodos do índice acionista norteamericano Dow Jones: os primeiros 30 minutos
de negociação e a fase do fecho do mercado.
Este índice está a cair significativamente desde o início do ano e encontra-se
aos níveis mais baixos desde as crises financeiras de 2008 e de 2002, depois do
rebentar da bolha das "dotcoms" em 2000.
A ideia principal é que a maioria dos investidores, emocionais e vulneráveis às
notícias, reagem exageradamente no início da negociação, logo pela manhã, por
causa das notícias, sejam elas boas ou más.
Já os investidores "inteligentes e experientes" começam a negociar
mais perto do final da sessão, tendo a oportunidade de avaliar o desempenho do
mercado. Portanto, a estratégia básica é apostar contra a tendência dos preços
matinais e acompanhar a tendência dos preços no final da sessão. Este tipo de
índice pode ser calculado para qualquer mercado ou índice acionista.
Muito tem sido dito e estudado acerca da forte queda do Índice do "smart
money". No passado, grandes quedas no índice, como a que se observa
atualmente, provaram ser o início de significativas quedas nas cotações das
ações. Muitos investidores e académicos procuram agora explicações sobre a
dinâmica que está por detrás do declínio do índice, que não está a ser
acompanhada pela queda do Dow Jones, que, apesar das fortes descidas de
outubro, se encontra perto dos máximos históricos.
Porém, o índice representa simplesmente a diferença entre os primeiros 30
minutos de negociação e a última hora. A ideia que pode estar aqui subjacente é
a de que os investidores mais novos, que se iniciam nos mercados acionistas,
negoceiam mais nos primeiros 30 minutos e os investidores mais experientes na
fase final do mercado.
A diferença reflete a negociação líquida desses investidores "mais
inteligentes", mais experientes.
Todavia, a verdade é que, com o aumento significativo da popularidade dos ETF,
os mercados mudaram muito na última década. A grande maioria do volume de
negociação não é realizada por investidores individuais, mas por algoritmos.
Além disso, a grande maioria do volume de negócios em bolsa também ocorre
atualmente durante a última meia hora de negociação, já que os "algoritmos
investidores" realizam os seus balanços diários necessários para
corresponder aos seus "benchmark", para seguirem os índices
acionistas de referência.
Ou será que estas explicações não estão certas e o "smart money" está
mesmo a antecipar uma queda duradoura nas bolsas?
PAULO ROSA, Economista/senior trader do Banco
Carregosa, 16 novembro
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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- Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
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