Correção em alta impulsionada pelo efeito janeiro ou inversão para uma
tendência de alta? As recomendações têm sido revistas em alta à medida que as
empresas vão ultrapassando os antigos preços-alvos. A meio do mês, e num só
dia, três empresas do principal índice português, o PSI-20, foram beneficiadas.
A Jerónimo Martins teve mesmo duas recomendações positivas, uma pelo Deutsche
Bank e outra da Kepler Chevreux, e também os CTT e a Sonae foram alvo de
melhores recomendações, da Goldman Sachs com 4 euros de "target" e da
JB Capital Markets com um "target" de 1,25 euros, respetivamente. Os
CTT valorizaram, apesar de notícias que passam pela sua privatização mas em
aparente alinhamento com o calendário eleitoral para as legislativas de Outono.
O PSI-20 recuperou nos últimos quatro meses mais de 10%, de valores abaixo dos
4600 pontos para valores acima dos 5100 pontos, algo que já não acontecia desde
março do ano passado, recuperando à volta dos 600 pontos.
Mas será apenas efeito janeiro? Não devemos esquecer que o mês de janeiro do
ano passado também teve uma subida bastante significativa. No entanto, apesar
deste bom desempenho da bolsa nacional, a empresa tecnológica portuguesa, a
Science4You, cancelou a sua estreia em bolsa devido à falta de interesse por
parte dos investidores que ainda estão receosos do mercado, depois das fortes
desvalorizações, principalmente menos recetivos de novidades, preferindo
investir nos títulos que já têm histórico no mercado.
As taxas de juro de longo prazo, nomeadamente as rentabilidades das obrigações
do tesouro português a 10 anos, encontram-se em níveis bastante baixos, nos
1,65%, dando confiança aos investidores nos mercados portugueses.
As contas públicas de Portugal estão aparentemente sólidas. O terceiro
trimestre do ano passado foi o mais positivo de sempre. As administrações
públicas registaram um saldo de 3,6% do PIB entre julho e setembro de 2018. O
excedente orçamental português foi o segundo maior da União Europeia. O Banco
Central Europeu poderá não encetar uma subida das taxas de juro a partir do
próximo verão, existindo mesmo alguma probabilidade, caso se cristalize o
cenário de estagnação económica, regressar a uma política monetária expansionista
em moldes semelhantes aos dos últimos anos.
Na Europa e nos EUA, os índices acionistas somam também ganhos neste início do
ano, recuperando das fortes perdas do último trimestre de 2018, e suportam
igualmente a subida da praça portuguesa.
O índice PSI20 vai subindo, a cada dia que passa, como um todo, mas existe
sempre o bom desempenho de dois ou três títulos, a cada sessão, que mais
impulsionam a bolsa. A carteira de encomendas da Mota- Engil em Angola deverá
ultrapassar os 800 milhões de euros", lê-se no comunicado. No entender da
construtora, este montante é "fruto da dinâmica económica do país e da
perspetiva de lançamento de alguns projetos significativos de promoção pública
e privada", sendo que "o Grupo prevê ainda um crescimento da carteira
de encomendas na ordem dos dois dígitos no decurso do exercício de 2019".
Todavia, nem todos os papéis têm contribuído para o bom comportamento do
PSI-20. A Galp Energia tem mesmo penalizado o índice e perde cerca de 10% desde
o dia 11 de janeiro. A empresa petrolífera nacional, a par da EDP, está a
perder quota de mercado para as empresas espanholas, Endesa e Iberdrola. No
entanto, segundo dados divulgados no início da semana, a Galp aumentou a
produção de petróleo em 12% no quarto trimestre, um período de quebras na
refinação e distribuição, e no gás natural e energia.
PAULO ROSA, Vida Económica, 1 de fevereiro 2019
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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- Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
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