Mário Draghi manteve as
principais taxas inalteradas, e não tem mais encanto na hora da despedida.
PAULO ROSA, Jornal Económico, 25 de outubro 2019
Draghi chega ao fim da sua luta para salvar o euro. E conseguiu.
Mas na última reunião que presidiu não surpreendeu o mercado. Manteve as taxas
de juro e -um discurso que nada adicionou ao atual panorama de política
monetária, tal como seria de esperar, e bem, de alguém que está de saída.
A atual política monetária marcadamente expansionista, socorrendo-se novamente
de instrumentos "não convencionais", "muda o modelo de negócios
dos bancos, aumentando a probabilidade de consolidação", referiu Paulo Macedo,
presidente da "CGD. Miguel Maya, CEO do BCP, corrobora isso mesmo, e disse
que o seu banco possui um modelo de negócios para "viver com taxas de
juros negativas", mas deve haver condições equitativas em termos de regras
para o setor bancário na Europa. Segundo Maya, alguns bancos estrangeiros podem
cobrar comissões aos seus clientes nos depósitos, e, assim, repassar o custo
das taxas de juros negativas que o BCE cobra, o que não é permitido em
Portugal. Embora o BCP não tenha planos para cobrar aos clientes portugueses
pelos depósitos, o banco tem depósitos de estrangeiros que não são cobrados,
mas pagariam taxas nos seus países de origem.
A fabricante de semicondutores norte-americana, a gigante Texas Instruments,
reviu significativamente em baixa a perspetiva para as receitas, e a cotação
caiu cerca de 10%, devido à diminuição das encomendas dos seus clientes
provocada por receios relativos ao comércio internacional, penalizando também o
desempenho em bolsa das empresas congéneres fabricantes de chips.
Os lucros da Galp desceram 52% para 101 milhões no terceiro trimestre. A
petrolífera nacional pretende aumentar o dividendo por ação em 10% ao ano nos
próximos três anos e espera investimentos líquidos de mil milhões de euros por
ano até 2022. O "foco principal" da Galp na energia renovável será a
tecnologia de energia solar fotovoltaica.
No plano internacional, o processo Brexit debate-se com uma terceira extensão
do prazo e as tensões comerciais deram tréguas ao mercado esta semana.
As perspetivas para a economia alemã continuaram a esmorecer este mês e o
emprego caiu pela primeira vez desde 2013, aumentando a pressão sobre o governo
para incrementar uma política orçamental expansionista, nomeadamente através de
estímulos fiscais. O índice dos gestores de compras do sector industrial do IHS
Markit foi marginalmente abaixo do esperado, mas ligeiramente acima do mínimo
verificado no mês de setembro. O mercado espera pelos números do PIB referentes
ao 3o trimestre, a 14 de novembro, para validar uma recessão económica da maior
economia da Europa ou não. #
ÂCÕES ¦ ¦-
PORTUGAL
O CaixaBank BPI subiu a recomendação do BCP de neutral para comprar, mas desce
o preço alvo de 0,34 para 0,26. A GLG reduziu a posição vendedora nos CTT para
0,57% e a Marshall Wace diminui a sua posição curta nos CTT para 0,58%, tendo a
cotação subido mais de 10%. A Jerónímo Martins apresentou vendas comparáveis
("L/te-for-í/ke") na Polónia mais fortes e aumenta o ritmo de
abertura de lojas na Colômbia, com o lucro a crescer 3,5% para 302 milhões de
euros nos primeiros nove meses do ano. A Intermoney Valores iniciou a cobertura
da Corticeira Amorim com um preço alvo de 10 euros e recomendação de manter.
EUROPA
A Nokia registou a maior queda diária desde julho de 1991, cerca de 24%, f;
após cortar as perspetivas para 2019 e 2020, e ;' decidiu mesmo suspender o
pagamento de dividendos para poder investir no 5G. O lucro por acção da
AstraZeneca supera as estimativas no terceiro trimestre. O banco finlandês
Nordea teve resultados líquidos de 1,08 mil milhões de euros, iguais aos
estimados. O resultado da Heineken idêntico ao esperado e o volume de cerveja
correspondeu às estimativas. O Grupo PSA (Peugeot e Citroen) obteve lucros
acima do esperado e corrobora as metas para 2019-2021. A ABB com re-
"¦¦•';¦ sultados operacionais e vendas abaixo do esperado.
ESTADOS UNIDOS
O Twitter registou resultados abaixo das expetativas e as acções caem cerca de
20%, para mínimos de abril. As perspectivas foram revistas em baixa. A Boeing
teve um lucro por acção de 1,45 dólares, cerca de 30% abaixo do estimado.
A Mcdonald's tave resultados de 2,11 dólar/acção, pior que o esperado 2,21
dólar/acção. Lucros da Procter & Gamble acima; 10% das expectativas do
mercado. Eli Lilly obteve um resultado de 1,48 dólar/acção .f... melhor que o
esperado. Lucros da '% seguradora First American melhor "¦ que o esperado.
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
Since December 25th, 2010
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sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Regresso ao padrão ouro?
O Banco Central Europeu, uma instituição convencional, continua a catapultar o
seu balanço através de medidas pouco convencionais, como taxas de juro nominais
negativas, e as taxas de juro reais são ainda mais negativas, visto existir
inflação, ainda que próxima de zero. Há poucos meses, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) publicou um documento a criticar a adoção do padrão ouro
pela Alemanha na década de 1870 como catalisador da instabilidade no sistema
monetário mundial. Porém, há duas semanas o Banco Central holandês admitiu que
o ouro não é apenas um subjacente e um suporte bastante plausível de uma moeda,
mas que nunca desestabilizou o sistema monetário, e terá mesmo suportado o
sistema financeiro quando tudo falhou.
E quando tivermos o ajustamento da atual política monetária expansionista dos principais bancos centrais mundiais, desde a Reserva Federal norte-americana ao BCE, passando pelo Banco do Japão (BoJ), pelo Banco Central da Suíça, pelo Banco de Inglaterra (BoE) e pelos Bancos Centrais escandinavos (Dinamarca e Suécia, que pertencem à União Europeia, mas têm moedas próprias, as coroas), o ouro deverá continuar a manter ou mesmo ganhar relevância.
Segundo o Banco Central Holandês, "Uma barra de ouro retém o seu valor, mesmo em tempos de crise". Enquanto que os títulos representativos de empresas, as ações, ou créditos sobre as mesmas, como sejam obrigações ou papel comercial, bem como títulos imobiliários, suportados por imóveis, desde casas e prédios a terrenos industriais e agrícolas, todos apresentam risco inerente de os preços poderem cair substancialmente num ajuste económico-financeiro.
O Banco holandês detém 615 toneladas, sendo que o ouro é a "âncora de confiança", porque o ativo sólido é tão importante para a criação de riqueza e a economia global, "Se todo o sistema entrar em colapso, as reservas de ouro fornecem uma garantia para recomeçar.
O ouro garante poder ao balanço do banco central".
A China e a Rússia têm acumulado reservas de ouro ao longo das últimas décadas. A China duplicou as suas reservas nos últimos dez anos, e multiplicou por quatro nas últimas décadas. No entanto, as reservas de ouro das autoridades monetárias chinesas ainda continuam proporcionalmente aquém das reservas da Alemanha ou dos EUA quando comparados os PIB.
No auge do período hiperinflacionário alemão, foi pensado criar uma moeda suportada por reservas de ouro, mas a Alemanha não detinha reservas suficientes, por causa da crise económica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, para assegurar o sucesso dessa política e combater a galopante subida dos preços. A 15 de outubro de 1923, foi criado o Rentenmark, que representava um primeiro vínculo imposto a todas as terras agrícolas do país e sobre todas as empresas, mas não era de curso forçado, embora as instituições governamentais fossem obrigadas a aceitá-lo. A nova moeda foi recebida ansiosamente pela população, que não possuía nenhum meio de pagamento estável para realizar as suas operações quotidianas. Vários fatores contribuíram para o êxito do Rentenmark, para a quebra do círculo vicioso da inflação hipergalopante pela introdução de uma moeda não suportada pelo ouro. A moeda estava suportada em ativos reais (terras agrícolas, e indústrias) e ganhou a confiança da população, nomeadamente no meio rural.
Com a reorganização do Banco Central Alemão e a aprovação do Plano Dawes no verão de 1924, uma moeda suportada pelo ouro nasceu e o padrão ouro voltou a ser reintroduzido, e o Rentenmark começou a ser retirado de circulação. Mas existiu também um fator decisivo para o sucesso dos novos marcos: a restrição imposta ao Banco Central Alemão de emitir moeda adicional. Como os títulos do Tesouro alemão não serviam de colateral (garantia) pelo Banco Central Alemão, foi imposto um rígido limite aos gastos governamentais, e ao crédito concedido às empresas, cujo crescente capital em circulação era um dos fatores que impulsionavam a inflação.
Mas qualquer moeda suportada por ouro pode redundar sempre em documentos que mais tarde se tornam notas de curso corrente, ou dígitos de um computador no atual avanço tecnológico, porque os pagamentos no dia a dia realizados com ouro físico não são exequíveis.
Paulo Rosa, Vida Económica, 25 outubro 2019
E quando tivermos o ajustamento da atual política monetária expansionista dos principais bancos centrais mundiais, desde a Reserva Federal norte-americana ao BCE, passando pelo Banco do Japão (BoJ), pelo Banco Central da Suíça, pelo Banco de Inglaterra (BoE) e pelos Bancos Centrais escandinavos (Dinamarca e Suécia, que pertencem à União Europeia, mas têm moedas próprias, as coroas), o ouro deverá continuar a manter ou mesmo ganhar relevância.
Segundo o Banco Central Holandês, "Uma barra de ouro retém o seu valor, mesmo em tempos de crise". Enquanto que os títulos representativos de empresas, as ações, ou créditos sobre as mesmas, como sejam obrigações ou papel comercial, bem como títulos imobiliários, suportados por imóveis, desde casas e prédios a terrenos industriais e agrícolas, todos apresentam risco inerente de os preços poderem cair substancialmente num ajuste económico-financeiro.
O Banco holandês detém 615 toneladas, sendo que o ouro é a "âncora de confiança", porque o ativo sólido é tão importante para a criação de riqueza e a economia global, "Se todo o sistema entrar em colapso, as reservas de ouro fornecem uma garantia para recomeçar.
O ouro garante poder ao balanço do banco central".
A China e a Rússia têm acumulado reservas de ouro ao longo das últimas décadas. A China duplicou as suas reservas nos últimos dez anos, e multiplicou por quatro nas últimas décadas. No entanto, as reservas de ouro das autoridades monetárias chinesas ainda continuam proporcionalmente aquém das reservas da Alemanha ou dos EUA quando comparados os PIB.
No auge do período hiperinflacionário alemão, foi pensado criar uma moeda suportada por reservas de ouro, mas a Alemanha não detinha reservas suficientes, por causa da crise económica que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, para assegurar o sucesso dessa política e combater a galopante subida dos preços. A 15 de outubro de 1923, foi criado o Rentenmark, que representava um primeiro vínculo imposto a todas as terras agrícolas do país e sobre todas as empresas, mas não era de curso forçado, embora as instituições governamentais fossem obrigadas a aceitá-lo. A nova moeda foi recebida ansiosamente pela população, que não possuía nenhum meio de pagamento estável para realizar as suas operações quotidianas. Vários fatores contribuíram para o êxito do Rentenmark, para a quebra do círculo vicioso da inflação hipergalopante pela introdução de uma moeda não suportada pelo ouro. A moeda estava suportada em ativos reais (terras agrícolas, e indústrias) e ganhou a confiança da população, nomeadamente no meio rural.
Com a reorganização do Banco Central Alemão e a aprovação do Plano Dawes no verão de 1924, uma moeda suportada pelo ouro nasceu e o padrão ouro voltou a ser reintroduzido, e o Rentenmark começou a ser retirado de circulação. Mas existiu também um fator decisivo para o sucesso dos novos marcos: a restrição imposta ao Banco Central Alemão de emitir moeda adicional. Como os títulos do Tesouro alemão não serviam de colateral (garantia) pelo Banco Central Alemão, foi imposto um rígido limite aos gastos governamentais, e ao crédito concedido às empresas, cujo crescente capital em circulação era um dos fatores que impulsionavam a inflação.
Mas qualquer moeda suportada por ouro pode redundar sempre em documentos que mais tarde se tornam notas de curso corrente, ou dígitos de um computador no atual avanço tecnológico, porque os pagamentos no dia a dia realizados com ouro físico não são exequíveis.
Paulo Rosa, Vida Económica, 25 outubro 2019
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Enfraquecimento das perspetivas económicas
Enfraquecimento das perspetivas económicas
Tensões comerciais estão a penalizar a economia alemã, enquanto o presidente da Fed anunciou que o banco central irá retomar a compra de títulos do Tesouro.
PAULO ROSA Senior Trader e Economista do Banco Carregosa
O continuo enfraquecimento das perspectivas económicas italianas estão a dificultar o governo de Itália na implementação e execução de um orçamento expansionista. Será muito difícil evitar um aumento de impostos, nomeadamente sobre o consumo, pressionando num futuro próximo um provável agravamento das taxas de juro do tesouro italiano, que recuperaram significativamente nos últimos três meses, dos 2,7% para 0,9%, no que se refere às yields da dívida soberana a 10 anos. Há um ano a rentabilidade da dívida pública italiana era de quase 4%, mais precisamente 3,8%. A indústria alemã teve um desempenho marginalmente melhor em agosto do que em julho, mas os principais indicadores apontam para mais debilidade pela frente, parecendo estar a estender-se do sector manufatureiro aos serviços.
As exportações caíram 1,8% em agosto, mais do que era esperado (-1%) e o excedente da balança comercial germânica caiu para 16,2 mil milhões euros bastante aquém dos 18,8 mil milhões esperados, e do verificado no mês de julho de 21,4 mil milhões de euros. As tensões comerciais estão a penalizar significativamente a economia, que dificilmente escapará à recessão técnica - dois trimestres seguidos de contração económica - quando for divulgado o PIB referente ao terceiro trimestre no dia 14 de novembro. O PIB alemão contraiu 0,1% no segundo trimestre. O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, disse que o banco central retomará as compras de títulos do Tesouro e sugeriu a possibilidade de outro corte na taxa de juros.
O que poderá acontecer já na próxima reunião da Fed no dia 30 de outubro, mostrando os receios das autoridades monetárias dos EUA quanto a um abrandamento da economia. Os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago espelham atualmente uma probabilidade de 85% para mais uma descida da taxa de juro diretora da Reserva Federal em 25 pontos base, para o intervalo 1,5% a 1,75%. O que seria o terceiro corte consecutivo de 0,25 pontos percentuais, depois das descidas nas anteriores reuniões de 18 de setembro e de 31 de julho. Nos mercado accionistas, houve alguma recuperação esta semana depois da China afirmar que está disponível para negociar um acordo comercial com os EUA apesar da existência da 'Blacklist tech', uma lista de empresas tecnológicas chinesas alvo de um embargo por parte dos EUA. O financiamento do BCE aos bancos portugueses caiu para o nível mais baixo desde 2010.
O governo português deverá fazer na próxima semana, e de acordo com pretensões anunciadas em abril, um reembolso antecipado do empréstimo de resgate no montante de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira este mês. Esta antecipação resultará numa poupança em juros em cerca de 120 milhões de euros. Portugal financiou-se a 15 anos, em 750 milhões, com novo mínimo nos 0,49%, e a procura a exceder a oferta em 2,5 vezes.
Cambial – TRY/USDA
lira turca caiu para o mínimo do último mês após incursão das tropas turcas em território sírio. Este facto está a deixar os investidores apreensivos quanto a um adensar das tensões geopolíticas naquela região. A Síria tem sido apoiada, nomeadamente ao nível militar, pela Rússia, e a Turquia é um membro da Nato. Donald Trump irá receber Erdogan, o presidente da Turquia, no próximo dia 13 de novembro. Existem analistas que vaticinam novos mínimos históricos para a lira turca, se as incursões por militares em território sírio persistirem.
Acções
O RBC Capital Markets subiu o preço-alvo da REN para 2.60 de 2.10 euros. A Dom Maklerski mBanku subiu a Jerónimo Martins de reduzir para manter, com preço-alvo de 14.30 euros.A JB Capital Markets cortou o preço-alvo da Altri de 10.25 para 6.20 euros e de comprar para neutral.A Navigator deverá ser penalizadas pela queda do preço da pasta de papel, e irá antecipar a meta da neutralidade do carbono em 15 anos, investindo 158 milhões de euros. A Telecom Italia planeia um “Spinoff” e posterior colocação em bolsa do seu Data Center. Deutsche Bank pretende cortar cerca de metade dos seus 18.000 empregos, o HSBC entre outros. A Philips emitiu um “profit warning” remetendo acrescidos desafios do comércio internacional.
Commodities - Petróleo
Depois de uma semana de fortes descidas, devido ao aumento dos stocks de petróleo e ao agudizar dos receios quanto a um arrefecimento da economia mundial, os preços do petróleo recuperaram esta semana. Num esforço para suportar os preços, a Nigéria anunciou, no início da semana, que está preparada, e em sintonia com outros países da OPEP, para reduzir ainda mais a produção. No entanto, o preço do petróleo em Nova Iorque mantém-se nos 53.5 USD/Barril, aquém dos mínimos dos últimos dois meses, nos 51 USD/barril. Em Londres, o Brent, referência para Portugal, cota abaixo dos 60 USD/Barril.
Tensões comerciais estão a penalizar a economia alemã, enquanto o presidente da Fed anunciou que o banco central irá retomar a compra de títulos do Tesouro.
PAULO ROSA Senior Trader e Economista do Banco Carregosa
O continuo enfraquecimento das perspectivas económicas italianas estão a dificultar o governo de Itália na implementação e execução de um orçamento expansionista. Será muito difícil evitar um aumento de impostos, nomeadamente sobre o consumo, pressionando num futuro próximo um provável agravamento das taxas de juro do tesouro italiano, que recuperaram significativamente nos últimos três meses, dos 2,7% para 0,9%, no que se refere às yields da dívida soberana a 10 anos. Há um ano a rentabilidade da dívida pública italiana era de quase 4%, mais precisamente 3,8%. A indústria alemã teve um desempenho marginalmente melhor em agosto do que em julho, mas os principais indicadores apontam para mais debilidade pela frente, parecendo estar a estender-se do sector manufatureiro aos serviços.
As exportações caíram 1,8% em agosto, mais do que era esperado (-1%) e o excedente da balança comercial germânica caiu para 16,2 mil milhões euros bastante aquém dos 18,8 mil milhões esperados, e do verificado no mês de julho de 21,4 mil milhões de euros. As tensões comerciais estão a penalizar significativamente a economia, que dificilmente escapará à recessão técnica - dois trimestres seguidos de contração económica - quando for divulgado o PIB referente ao terceiro trimestre no dia 14 de novembro. O PIB alemão contraiu 0,1% no segundo trimestre. O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, disse que o banco central retomará as compras de títulos do Tesouro e sugeriu a possibilidade de outro corte na taxa de juros.
O que poderá acontecer já na próxima reunião da Fed no dia 30 de outubro, mostrando os receios das autoridades monetárias dos EUA quanto a um abrandamento da economia. Os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago espelham atualmente uma probabilidade de 85% para mais uma descida da taxa de juro diretora da Reserva Federal em 25 pontos base, para o intervalo 1,5% a 1,75%. O que seria o terceiro corte consecutivo de 0,25 pontos percentuais, depois das descidas nas anteriores reuniões de 18 de setembro e de 31 de julho. Nos mercado accionistas, houve alguma recuperação esta semana depois da China afirmar que está disponível para negociar um acordo comercial com os EUA apesar da existência da 'Blacklist tech', uma lista de empresas tecnológicas chinesas alvo de um embargo por parte dos EUA. O financiamento do BCE aos bancos portugueses caiu para o nível mais baixo desde 2010.
O governo português deverá fazer na próxima semana, e de acordo com pretensões anunciadas em abril, um reembolso antecipado do empréstimo de resgate no montante de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira este mês. Esta antecipação resultará numa poupança em juros em cerca de 120 milhões de euros. Portugal financiou-se a 15 anos, em 750 milhões, com novo mínimo nos 0,49%, e a procura a exceder a oferta em 2,5 vezes.
Cambial – TRY/USDA
lira turca caiu para o mínimo do último mês após incursão das tropas turcas em território sírio. Este facto está a deixar os investidores apreensivos quanto a um adensar das tensões geopolíticas naquela região. A Síria tem sido apoiada, nomeadamente ao nível militar, pela Rússia, e a Turquia é um membro da Nato. Donald Trump irá receber Erdogan, o presidente da Turquia, no próximo dia 13 de novembro. Existem analistas que vaticinam novos mínimos históricos para a lira turca, se as incursões por militares em território sírio persistirem.
Acções
O RBC Capital Markets subiu o preço-alvo da REN para 2.60 de 2.10 euros. A Dom Maklerski mBanku subiu a Jerónimo Martins de reduzir para manter, com preço-alvo de 14.30 euros.A JB Capital Markets cortou o preço-alvo da Altri de 10.25 para 6.20 euros e de comprar para neutral.A Navigator deverá ser penalizadas pela queda do preço da pasta de papel, e irá antecipar a meta da neutralidade do carbono em 15 anos, investindo 158 milhões de euros. A Telecom Italia planeia um “Spinoff” e posterior colocação em bolsa do seu Data Center. Deutsche Bank pretende cortar cerca de metade dos seus 18.000 empregos, o HSBC entre outros. A Philips emitiu um “profit warning” remetendo acrescidos desafios do comércio internacional.
Commodities - Petróleo
Depois de uma semana de fortes descidas, devido ao aumento dos stocks de petróleo e ao agudizar dos receios quanto a um arrefecimento da economia mundial, os preços do petróleo recuperaram esta semana. Num esforço para suportar os preços, a Nigéria anunciou, no início da semana, que está preparada, e em sintonia com outros países da OPEP, para reduzir ainda mais a produção. No entanto, o preço do petróleo em Nova Iorque mantém-se nos 53.5 USD/Barril, aquém dos mínimos dos últimos dois meses, nos 51 USD/barril. Em Londres, o Brent, referência para Portugal, cota abaixo dos 60 USD/Barril.
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- Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.