Setembro é um mês-chave no que concerne às políticas monetárias expansionistas
mais enérgicas por parte do BCE e da FED.
PAULO ROSA, 30 de setembro de 2019, Jornal Económico
Semana sem variações assinaláveis nos mercados acionistas, com o principal indicador de volatilidade do S&P500, o VIX, a estabilizar à volta dos 18 pontos, mas com novos mínimos históricos das rentabilidades das obrigações do tesouro. A yield das obrigações soberanas portuguesas a dez anos aproxima-se dos 0%, cotando atualmente já abaixo dos 0,1%. A rentabilidade da dívida pública alemã a 10 anos está nos -0,7%, níveis históricos, e a cinco anos muito perto de -1%, a indiciarem, cada vez mais, uma recessão económica.
Christine Lagarde, futura presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que o banco central da zona euro ainda não atingiu o limite mais baixo das taxas de juro, continuando com comentários dovish (política monetária expansionista). Nos primeiros comentários abrangentes sobre política monetária desde a conquista do cargo, Lagarde referiu esta quinta-feira que o BCE tem as ferramentas para enfrentar uma crise e deve estar pronto para usá-las, se necessário. Estas palavras penalizam a moeda única, o euro, enfraquecem os mercados accionistas, mas continuam a alimentar a bolha nos mercados obrigacionistas, e consequentemente novos recordes em baixa das taxas de juros.
O presidente do banco central da Holanda, e membro do BCE, Klaas Knot, não concorda plenamente com as palavras de Lagarde, e disse que a economia da área do euro não está fraca o suficiente para garantir a retoma da compra de títulos, ou seja um novo Quantitative Easing (QE) e que esse passo não deve ser dado a menos que a desaceleração económica se agrave, e se os riscos de deflação se tornarem uma realidade. Para já, não há necessidade de reativar o programa de compra de ativos, mas este será o instrumento apropriado a ser ativado caso haja recessão económica.
Jens Weidmann, presidente do BundesBank (Banco Central Alemão), é ainda mais conservador e acha que um QE não deve ser utilizado, sob pena de ficarmos sem "munições" para quando realmente ocorrerem futuras contingências.
Muito provavelmente, em setembro o BCE descerá as taxas de juros em dez pontos base de absorção de liquidez (da remuneração dos depósitos), dos atuais valores negativos de -0.40% para -0.50%. E a 18 de setembro, a Reserva Federal norte-americana baixará as suas taxas de referência em 25 pontos base, dos 2,25% para 2%, com uma probabilidade de 99.6%, segundo os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago.
China faz uma concessão inesperada, e vai adiar retaliação comercial até à visita dos EUA. Pequim tem opções para retaliar, mas acredita que deve discutir com Washington a possibilidade de remover novas tarifas. As ações europeias, norte-americanas e asiáticas subiram significativamente.
CAMBIAL
PESO ARGENTINO
A moeda cai novamente para junto dos mínimos históricos, alcançados há semanas, após o anúncio do plano de reestruturação da dívida.
Perante enormes dificuldades financeiras, a Argentina pedirá aos credores, incluindo o FMI, uma prorrogação para reembolsar os 101 milhões de dólares em dívidas, enquanto luta para evitar a nona falência do estado soberano.
Apesar das palavras apaziguadoras do ministro das Finanças, os investidores não dão o benefício da dúvida e preferem vender pesos argentinos, que valem cerca de 60 por cada dólar norte-americano.
COMMODITIES
OURO
A cotação do ouro representa desde sempre um excelente barómetro do medo, numa relação proporcional. Quanto mais se adensam os receios de uma recessão económica, mais elevada será a cotação do ouro. A remuneração do ouro é de zero, tendo apenas como compensação no investimento os ganhos de capital. Mas tem a concorrências dos títulos da dívida pública das economias mais pujantes do planeta. À medida que as taxas de juro descem, o ouro tem tendência a subir, bem como a dívida soberana alemã, suíça e norte-americana.
AÇOES CTT E BCP
Atualmente, as posições curtas na maior empresa de correios de Portugal representam cerca de 5.7% do capital social da empresa, com os investidores a apostarem na continuação da deterioração dos resultados dos CTT.
O BCP padece também deste onda especuladora por parte de alguns investidores.
Os CTT cotam atualmente nos 1,87 euros por ação, muito perto dos mínimos históricos alcançados há semanas.
PAULO ROSA, 30 de setembro de 2019, Jornal Económico
Semana sem variações assinaláveis nos mercados acionistas, com o principal indicador de volatilidade do S&P500, o VIX, a estabilizar à volta dos 18 pontos, mas com novos mínimos históricos das rentabilidades das obrigações do tesouro. A yield das obrigações soberanas portuguesas a dez anos aproxima-se dos 0%, cotando atualmente já abaixo dos 0,1%. A rentabilidade da dívida pública alemã a 10 anos está nos -0,7%, níveis históricos, e a cinco anos muito perto de -1%, a indiciarem, cada vez mais, uma recessão económica.
Christine Lagarde, futura presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou que o banco central da zona euro ainda não atingiu o limite mais baixo das taxas de juro, continuando com comentários dovish (política monetária expansionista). Nos primeiros comentários abrangentes sobre política monetária desde a conquista do cargo, Lagarde referiu esta quinta-feira que o BCE tem as ferramentas para enfrentar uma crise e deve estar pronto para usá-las, se necessário. Estas palavras penalizam a moeda única, o euro, enfraquecem os mercados accionistas, mas continuam a alimentar a bolha nos mercados obrigacionistas, e consequentemente novos recordes em baixa das taxas de juros.
O presidente do banco central da Holanda, e membro do BCE, Klaas Knot, não concorda plenamente com as palavras de Lagarde, e disse que a economia da área do euro não está fraca o suficiente para garantir a retoma da compra de títulos, ou seja um novo Quantitative Easing (QE) e que esse passo não deve ser dado a menos que a desaceleração económica se agrave, e se os riscos de deflação se tornarem uma realidade. Para já, não há necessidade de reativar o programa de compra de ativos, mas este será o instrumento apropriado a ser ativado caso haja recessão económica.
Jens Weidmann, presidente do BundesBank (Banco Central Alemão), é ainda mais conservador e acha que um QE não deve ser utilizado, sob pena de ficarmos sem "munições" para quando realmente ocorrerem futuras contingências.
Muito provavelmente, em setembro o BCE descerá as taxas de juros em dez pontos base de absorção de liquidez (da remuneração dos depósitos), dos atuais valores negativos de -0.40% para -0.50%. E a 18 de setembro, a Reserva Federal norte-americana baixará as suas taxas de referência em 25 pontos base, dos 2,25% para 2%, com uma probabilidade de 99.6%, segundo os futuros negociados na bolsa de derivados de Chicago.
China faz uma concessão inesperada, e vai adiar retaliação comercial até à visita dos EUA. Pequim tem opções para retaliar, mas acredita que deve discutir com Washington a possibilidade de remover novas tarifas. As ações europeias, norte-americanas e asiáticas subiram significativamente.
CAMBIAL
PESO ARGENTINO
A moeda cai novamente para junto dos mínimos históricos, alcançados há semanas, após o anúncio do plano de reestruturação da dívida.
Perante enormes dificuldades financeiras, a Argentina pedirá aos credores, incluindo o FMI, uma prorrogação para reembolsar os 101 milhões de dólares em dívidas, enquanto luta para evitar a nona falência do estado soberano.
Apesar das palavras apaziguadoras do ministro das Finanças, os investidores não dão o benefício da dúvida e preferem vender pesos argentinos, que valem cerca de 60 por cada dólar norte-americano.
COMMODITIES
OURO
A cotação do ouro representa desde sempre um excelente barómetro do medo, numa relação proporcional. Quanto mais se adensam os receios de uma recessão económica, mais elevada será a cotação do ouro. A remuneração do ouro é de zero, tendo apenas como compensação no investimento os ganhos de capital. Mas tem a concorrências dos títulos da dívida pública das economias mais pujantes do planeta. À medida que as taxas de juro descem, o ouro tem tendência a subir, bem como a dívida soberana alemã, suíça e norte-americana.
AÇOES CTT E BCP
Atualmente, as posições curtas na maior empresa de correios de Portugal representam cerca de 5.7% do capital social da empresa, com os investidores a apostarem na continuação da deterioração dos resultados dos CTT.
O BCP padece também deste onda especuladora por parte de alguns investidores.
Os CTT cotam atualmente nos 1,87 euros por ação, muito perto dos mínimos históricos alcançados há semanas.
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