Indefinição em torno do
Brexit, 'impeachment' a Donald Trump e guerra comercial marcaram uma semana de
quedas nos mercados bolsistas.
As bolsas desvalorizaram esta semana penalizadas por vários riscos políticos,
como as crescentes incertezas no que concerne ao desfecho do Brexit, as tensões
comerciais entre os EUA e a China que ;írstão a dividir o mundo económico em
dois blocos, apesar de algum aliviar no final da semana, e a intensão dos
democratas avançarem com um pedido formal de investigação com vista à
destituição, o tão conhecido Impeachment, do Presidente norte-americano.
O Supremo Tribunal britânico considerou "ilegal" a decisão do
primeiro-ministro, Bons Johnson, de suspender o parlamento. O líder da oposição
apela, agora, à sua demissão.
A suposta tentativa de Trump em pressionar o presidente ucraniano Vladimir
Zelenski a investigar o antigo vice-presidente Joe Biden e o seu filho Hunter
Biden, durante uma conversa telefónica entre os dois chefes de Estado,
espoletou um pedido para com o intuito de destituir Donald Trump do seu cargo
de presidente norte- -americano. Mas é muito pouco provável que seja bem
sucedida, porque teria que passar com maioria qualificada no Senado com dois
terços de votos a favor, onde o Partido Republicano - 53 senadores contra 45
democratas.
No próximo dia 14 de novembro será divulgado o PIB referente ao terceiro
trimestre alemão, e a actual debilidade da indústria alemã indicia que a
economia germânica poderá entrar em recessão técnica, dois trimestres seguidos
de contração. A economia alemã contraiu 0,1% no segundo trimestre. A
recuperação da principal economia europeia dependerá muito da resiliência do
sector de serviços e do andamento das relações entre União Europeia e os EUA,
nomeadamente ao nível comercial. Os industriais germânicos apelam ao governo
para acabar com política de "défice zero" e que invista mais. Quase
duas semanas após o BCE anunciar novas medidas de estímulo, alguns economistas
duvidam se o plano funcionará. Esta semana os mercados accionistas perderam
cerca de 4%, desde o principal índice francês, o CAC40, ao DAX30, passando pelo
IBEX35 de Madrid e pelo PSI20. Os mercados obrigacionistas voltaram aos ganhos,
depois de quase um mês em baixa, com as rentabilidades das obrigações do tesouro
muito perto de registaram novos mínimos históricos. A yield das Obrigações do
Tesouro português a 10 anos encontra-se a 0,11, muito perto do mínimo alcançado
nos 0,08% e próximo de taxas negativas. A yield da dívida soberana germânica é
negativa de -0,61%. O BCP é o título mais penalizado. A 17 de julho cotava a
0.2892 euros, e atualmente está em mínimos de abril de 2017, perde cerca de 40%
desde os máximos do ano em julho, há dois meses.
AÇÕES
EMPRESAS COTADAS
A Jerónimo Martins foi penalizada esta semana, depois da investigação da
autoridade da Polónia para a concorrência, por alegadas más práticas da maior
retalhista polaca, a Biedronka, controlada pela empresa português, realizadas
com os seus fornecedores de frutas e vegetais. A multa por práticas desleais
pode chegar a 3% da receita anual. Miguel Maya, CEO do Banco Comercial
Português, disse que 2019 é um ano "mais difícil" do que o previsto
quando o banco fez o seu orçamento, o título perdeu cerca de 10% em bolsa
durante a semana. Os CTT seguem penalizados com o aumento das posições a
descoberto.
COMMODITIES MÁXIMOS
O paládio continua a registar máximos históricos, e esta semana alcançou os
1677 dólares/onça, impulsionado pelo aumento do fabrico de catalisadores para
automóveis a gasolina. Na Europa a produção de carros a gasolina, superou os
veículos a gasóleo, e na China e índia uma boa parte dos carros são movidos a
gasolina. A procura por este metal, já mais caro que o ouro continua a aumentar
e a oferta mantém-se estável em um milhão de onças. O ouro muito perto dos
máximos do início do mês nos 1500 dólares/onça, valores de 2013, continua a
beneficiar da subida do dólar e da descida das taxas de juro.
CRIPTOMOEDA
BITCOIN
A Bitcoin perdeu cerca de 18% na terça-feira, a maior queda diária desde
janeiro de 2018, e está aos valores de junho. O baixo volume, a queda da 'laxa
de hasff, ou seja, a diminuição da capacidade de processamento da rede no
registo das transações em Bitcoin é vista como uma limitação desta criptomoeda
se impor como alternativa às moedas "tradicionais", e o decepcionante
lançamento de futuros de Bakkt, pela bolsa "Intercontinental
Exchange", sinaliza para a comunidade de criptografia que as instituições
estão menos dispostas a investir em grande escala em BTC do que o esperado.
Paulo Monteiro Rosa, Jornal Económico, 27 setembro 2019
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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