O hidrogénio é o elemento mais abundante no universo e da
sua combustão resulta apenas vapor de água, o principal argumento para a sua
exploração e comercialização. Pode ser utilizado em setores da economia que têm
sido difíceis de descarbonizar, como a siderurgia e o transporte marítimo.
Também pode servir como meio de armazenamento de longo prazo no setor
energético.
O hidrogénio, mais precisamente o H2 (os átomos de hidrogénio costumam
movimentar-se em conjunto), fórmula de uma molécula de gás de hidrogénio é
utilizado em células de combustível ou motores de combustão interna. Nos
últimos um ou dois anos é crescente a discussão sobre a economia do hidrogénio.
A cada dia que passa, há um grande player global a alterar a sua forma de
produzir hidrogénio ea optar pelo hidrogénio verde.
O hidrogénio verde é aquele que é produzido sem emitir dióxido de carbono, ou
seja, é obtido por meio de um processo químico conhecido como eletrólise que
usa a corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio na água, e cuja
eletricidade é proveniente de fontes renováveis. O hidrogénio azul é quando o
gás natural é dividido em hidrogénio e dióxido de carbono, sendo o CO2
libertado no processo capturado e armazenado. O hidrogénio cinzento é produzido
há muitos anos eé um processo semelhante ao hidrogénio azul, mas o CO2 não é
capturado e é libertado na atmosfera. A medida que os gases de efeito de estufa
são capturados, isso mitiga os impactos ambientais no planeta. O hidrogénio
rosa é feito por eletrólise e usa a energia nuclear como fonte de energia.
A União Europeia (UE) é atualmente líder mundial na produção de células de
combustível e no desenvolvimento da tecnologia de hidrogénio e as suas
prioridades políticas centram-se nos esforços para construir uma economia
baseada no hidrogénio verde, cujas emissões de carbono são zero. No entanto, a
China está a alcançar rapidamente a UE, assim como o Japão, os EUA e o Canadá,
mas as infraestruturas de gasodutos na UE colocam esta região numa posição de
vantagem. AUE terá de reaproveitar os seus gasodutos, nomeadamente de gás
natural, para transportar a energia para onde ela é precisa e facilitar o
mercado de hidrogénio. No curto prazo, a produção de hidrogénio precisará de
estar o mais próxima possível da procura. Por exemplo, a Alemanha ea Dinamarca
têm o vento do Mar do Norte para gerar a energia que é transferida por meio de
cabos de eletricidade subterrâneos para um eletrolisador. Isso produzirá hidrogénio
e alimentará indústrias próximas à eletrólise. Portanto, há este conceito de
clusters industriais e vales de hidrogénio, e existem vários consumidores
diferentes localizados numa única área, como portos. Então, à medida que os
volumes começam a aumentar, o transporte de hidrogénio de longa distância
começa a ser uma realidade crescente. Mais de 70% do custo do hidrogénio
depende do preço da eletricidade, por isso a Europa tem que minimizar os custos
de produção “verde”e procurar zonas onde é possível produzir energia renovável
de maneira barata, como a eólica no Norte ea solar no Sul.
Mais tarde, a UE terá de reaproveitar os seus gasodutos para
transportar a energia para onde ela é necessária e facilitar o mercado do
hidrogénio no espaço económico europeu.
Atualmente, uma das
grandes barreiras ao investimento em hidrogénio renovável é o princípio da
adicionalidade, uma diretiva da UE espelhada no “green deal” europeu, que exige
que os produtores de hidrogénio renovável provem não só que a eletricidade que
usam para a produção é proveniente de uma fonte adicional de eletricidade, ou
seja, uma fonte renovável, mas também que “deve haver um elemento de
adicionalidade, o que significa que os produtores de combustível de hidrogénio
estão a adicionar a implantação e desenvolvimento renovável ou a financiar a
produção de energia renovável”.
PAULO ROSA Economista Sénior do Banco Carregosa 26 de fevereiro 2021
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