A atual elevada inflação poderá estar a ser incorporada, pelo menos em parte, nas cotações das ações, cujos preços são nominais. Ceteris paribus, esta postura suporta o mercado acionista
Os números da inflação agudizam-se e os bancos centrais
respondem com uma política monetária contracionista cada vez mais enérgica.
Atualmente, o mercado espera que a Reserva Federal dos EUA (Fed) suba a taxa de
juro em 50 pontos base em cada uma das duas próximas reuniões de política
monetária, a 4 de maio e 15 de junho. Aumentos que colocarão os juros da Fed no
intervalo [1,25% a 1,50%] antes do início do verão, face ao presente intervalo
[0,25% a 0,50%]. E uma subida de 25 pontos nas restantes quatro reuniões de
2022, encerrando o ano no intervalo [2,25% a 2,50%].
Os mercados acionistas recuperaram dos mínimos e procuram
equilibrar-se entre um erro de política monetária que cause uma recessão e uma
economia resiliente com um robusto setor consumidor e empresarial. Os
indicadores de atividade económica, PMI, espelham uma tendência de alta da
confiança dos empresários na Europa e nos EUA, e os pedidos de subsídio de
desemprego norte-americanos de apenas 187 mil, o nível mais baixo desde 6 de
setembro de 1969, mostram bem a força do mercado de trabalho nos EUA e a
robustez da economia norte-americana.
Os bancos têm recuperado diante das posturas do Banco Central Europeu (BCE) e da Fed que se mantêm resilientes no combate à inflação. Todavia, o Banco de Inglaterra (BoE) tem recuado no tom mais hawkish, preocupado com a queda dos rendimentos das famílias espoletada pela guerra na Ucrânia, descida essa que poderá ser agravada com juros mais elevados. O BoE espera que a inflação atinja um pico de 8% no segundo trimestre.
PMR, 25 de março JEconómico
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