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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A inversão da curva de rendimentos nos EUA

A inversão da curva de rendimentos nos EUA

Coronavírus, diminuição do balanço da Fed e inversão da curva de rendimentos nos EUA penalizam ações. Esta semana a época de resultados foi marcada pelas gigantes tecnológicas

Paulo Rosa, Jornal Económico, 31 de janeiro 2020 

Nas últimas duas semanas a curva de rendimentos norte-americana voltou a inverter, nomeadamente nos prazos de dois a cinco anos, fenómeno que se agudiza a cada dia que passa, o que não acontecia desde outubro, indiciando abrandamento económico. No entanto, a Reserva Federal norte-americana (Fed) manteve a principal taxa de juro inalterada e refere que a atual política monetária é adequada, num ano de eleições nos EUA.

O balanço da Fed desceu na semana passada, o que não se verificava desde meados de novembro, e o coronovírus continua nos radares das bolsas. Estes factos têm penalizado os mercados accionistas, que aguardam com expectativa a divulgação da confiança empresarial das várias potências económicas medida pelos PMI e ISM. Todavia, as bolsas mantêm o sentimento positivo e as recentes descidas são provavelmente pontuais e salutares correções.

O Banco de Inglaterra manteve as taxas, com votação de 7-2 membros (esperado 6-3) e desceu as perspectivas para a inflação de 2,25% em novembro para 2,15%, tendo cortado o crescimento económico de 1,2% para 0,8%,

A Apple obteve lucros e receitas trimestrais recordes que superaram as expectativas e impulsionaram as ações para novos máximos.

A estrela do trimestre foi o iPhone, com as vendas a cifrarem-se acima do esperado, representando 56 biliões de dólares, mais de 60% da receita total, ainda com elevada representatividade quando pretendiam maiores crescimentos nos serviços. As vendas totais ascenderam aos 91.82 biliões de dólares e o lucro fixou-se acima dos 22 biliões de dólares, 4.99 dólares por ação, máximos de todos os tempos. Os analistas esperavam um lucro de 4,54 dólares por ação e receitas de 88,48 biliões de dólares.

A empresa corroborou uma perspetiva otimista para o atual trimestre, mas o surto do coronavírus tem sempre impacto. A Apple tem fontes alternativas aos fornecedores localizados em Wuhan e irá monitorizar o que acontece com as fábricas fora da cidade.

O Facebook superou os lucros e as receitas, mas as ações foram penalizadas pelos custos e despesas crescentes e uma margem operacional reduzida. Aguardam-se agora os resultados da Alphabet na segunda-feira, dia 3, depois do fecho do mercado, enquanto os lucros da Microsoft foram acima do esperado com a expansão da "cloud".

A Netflix, que já apresentou resultados na semana passada, alertou que o crescimento de assinantes possa cair para 17% no próximo trimestre. Embora os lucros tenham sido acima do esperado, resultou de um corte de impostos de 2017. 

EMPRESAS
A Mediobanca subiu a recomendação do BCP de neutral para Outperform e colocou o preço- alvo de 0,22 euros/acção. A Goldman
corta a recomendação da EDP Renováveis de comprar para neutral e preço alvo de 11,30 euros/acção. O banco brasileiro de desenvolvimento, o BNDES, aprovou financiamento de mil milhões de reais para um projeto de parque eólico da EDP Renováveis.

A EDPR ganhou um contrato italiano de 20 anos, três parques eólicos e a capacidade de 109 MW.

COTADAS EUROPA
SAP elevou a precisão para 2020 e o lucro operacional do último trimestre de 2019 atinge as metas. A Renault nomeou Luca de Meo para CEO, ficando para trás a era Carlos Ghosn. A KONE confirma que enviou uma oferta não vinculativa para adquirir o negócio de tecnologia de "elevadores" da Thyssenkrupp. Os resultados da Volvo superaram a estimativa média dos analistas, enquanto as receitas anuais da DWS se fixaram acima do esperado, ao crescer 3,9%. Os lucros da Roche ficaram acima do esperado, com um lucro de 20,16 francos/acção. 



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Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.