O peso do Balanço da Reserva Federal norte-americana no PIB dos EUA é,
atualmente, de 24,2%, superior ao anterior máximo histórico, de 23%, registado
aquando da Grande Depressão de 1929. Na semana passada, o balanço da FED subiu
cerca de 700 biliões de dólares e atingiu os 5,254 triliões de dólares. Face a
um PIB norte americano,em 2019, de 21,7291 triliões de dólares, obtemos o rácio
de 24,2%, o mais elevado
de sempre. E que se prepara para aumentar ainda mais significativamente.
A 10 de março, os ativos do balanço do Banco do Japão (BoJ) atingiam os 588.8
triliões de ienes, quase 110% do PIB japonês, dos quais 481,9 eram títulos de
dívida do governo nipónico. Em junho 2009, o balanço do BoJ era de 109,8
triliões de ienes, cerca de 22% do PIB, e 45,2 triliões correspondiam a
obrigações do estado japonês.
E a total monetização da dívida pública dos países desenvolvidos.
Os bancos centrais não compram em primário as emissões dos Estados, mas
adquirem e suportam em mercado secundário esses mesmos títulos, ou seja,
implícita e indiretamente os bancos centrais financiam os governos, tendo como
intermediário as instituições financeiras.
Christine Lagarde aquando do anúncio de estímulos financeiros no montante de
750 mil milhões de euros, disse que não iria se focar diretamente na pandemia
do coronavírus.
No entanto, o Banco Central Europeu, deu um passo atrás, e garantiu que iria
fortalecer a sua resposta à crise económica provocada pelo novo coronavírus.
O BCE decidiu que não aplicaria,
a partir da quinta-feira da semana, os limites que tinha imposto a si próprio
na compra de dívida pública dos Estados-membros da Zona Euro. A medida acaba
por beneficiar em particular países como Portugal ou a Itália, que nos últimos
anos estavam a ser penalizados pela existência destes limites. As compras de
obrigações do Estado Português pelo BCE têm diminuído nos últimos tempos,
porque estão junto dos limites. O BCE não pode deter mais de um terço da dívida
pública nacional, e está muito perto destes valores. Agora, com a compra
ilimitada do BCE, esse risco diminui significativamente.
Além de ser uma forma de financiar o Estado português, e as economias do sul da
Europa, não sendo tão premente, em boa verdade, a emissão de eurobonds.
PAULO ROSA
Economista Sénior do Banco
Carregosa 3 de abril de 2020
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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