A
evolução do preço do ouro
nas próximas semanas dependerá, em parte, de três fatores. A cotação do
ouro em euros está em máximos, e o seu comportamento dependerá do
desempenho do dólar dos EUA, da procura por ativos de refugio e dos
níveis de
volatilidade. Estes são os três principais catalisadores do metal
amarelo no curto prazo.
O dólar tem ganho força como moeda de refúgio, e poderá ser o principal entrave à subida do ouro.
Normalmente, sempre que o índice do dólar sobe, a tendência do ouro é desfavorável. No dia 9 de março, o índice do dólar americano (Dollar Index) estava nos 94 pontos, subiu até aos 103 e, atualmente, cota nos 100. Quanto mais alto o índice, mais difícil será o ouro subir, e, por isso, é fundamental saber se o dólar tem ainda espaço para apreciar. O dólar, esse ativo tradicional de refugio para muitos investidores, apesar dos dados do emprego divulgados terem sido abaixo do esperado, a moeda norteamericana tem valorizado em relação às principais "majors", como o euro.
O ouro é um porto seguro, e apesar da incerteza da covid-19 aumentar a preferência por liquidez, e, consequentemente, a procura de dólar, o ouro poderá subir simultaneamente. O dólar poderá permanecer forte, mas isso não excluirá necessariamente ganhos no ouro. A procura por ativos de refúgio, neste particular por ouro, deverá compensar qualquer obstáculo introduzido pelo aumento do dólar.
Enquanto houver incerteza na economia global, o ouro será refúgio, bem como o dólar.
Durante as recentes quedas dos mercados, principalmente acionista, o ouro viu novos investidores acumularem ETF cujo subjacente é ouro, bem como aquisição do metal físico.
A volatilidade é um terceiro elemento importante na análise da cotação do ouro. Muita incerteza, caracterizada por uma significativa volatilidade poderá funcionar contra o metal amarelo, o que aconteceu durante a primeira metade do mês de março, quando o metal precioso foi alienado em sintonia com a queda das ações.
O VDC é importante para determinar o posicionamento dos "algorítmicos de negociação" como os CTA (CommodityTrading Advisors - consultores de negociação de mercadorias). Neste momento, apesar da volatilidade ter diminuído ainda é elevada. O VDC, volatilidade do S&P500, segue nos 45 pontos. No dia 18 de março atingiu os 85 pontos, valores perto dos máximos históricos de 24 de outubro de 2008 de 89 pontos.
Há mês e meio a cotação do ouro em euros estava em máximos históricos. Depois, com o adensar do covid-19, assistimos a uma queda considerável dos mercados acionistas e à significativa subida da volatilidade.
Alguns investidores com posições compradas em ouro venderam para cobrir "Margin Calls", e existiram algorítmicos que ajustaram as suas posições com base na volatilidade. Alguns investidores, nomeadamente institucionais reposicionaram as carteiras, para minimizar as perdas.
Durante períodos de extrema volatilidade, o ouro não apresenta um desempenho particularmente favorável. Há a preferência por dólares, a moeda de referência mundial, porque os investidores precisam de obter liquidez.
Paulo Rosa, In Vida Económica, 9 de abril de 2020
O dólar tem ganho força como moeda de refúgio, e poderá ser o principal entrave à subida do ouro.
Normalmente, sempre que o índice do dólar sobe, a tendência do ouro é desfavorável. No dia 9 de março, o índice do dólar americano (Dollar Index) estava nos 94 pontos, subiu até aos 103 e, atualmente, cota nos 100. Quanto mais alto o índice, mais difícil será o ouro subir, e, por isso, é fundamental saber se o dólar tem ainda espaço para apreciar. O dólar, esse ativo tradicional de refugio para muitos investidores, apesar dos dados do emprego divulgados terem sido abaixo do esperado, a moeda norteamericana tem valorizado em relação às principais "majors", como o euro.
O ouro é um porto seguro, e apesar da incerteza da covid-19 aumentar a preferência por liquidez, e, consequentemente, a procura de dólar, o ouro poderá subir simultaneamente. O dólar poderá permanecer forte, mas isso não excluirá necessariamente ganhos no ouro. A procura por ativos de refúgio, neste particular por ouro, deverá compensar qualquer obstáculo introduzido pelo aumento do dólar.
Enquanto houver incerteza na economia global, o ouro será refúgio, bem como o dólar.
Durante as recentes quedas dos mercados, principalmente acionista, o ouro viu novos investidores acumularem ETF cujo subjacente é ouro, bem como aquisição do metal físico.
A volatilidade é um terceiro elemento importante na análise da cotação do ouro. Muita incerteza, caracterizada por uma significativa volatilidade poderá funcionar contra o metal amarelo, o que aconteceu durante a primeira metade do mês de março, quando o metal precioso foi alienado em sintonia com a queda das ações.
O VDC é importante para determinar o posicionamento dos "algorítmicos de negociação" como os CTA (CommodityTrading Advisors - consultores de negociação de mercadorias). Neste momento, apesar da volatilidade ter diminuído ainda é elevada. O VDC, volatilidade do S&P500, segue nos 45 pontos. No dia 18 de março atingiu os 85 pontos, valores perto dos máximos históricos de 24 de outubro de 2008 de 89 pontos.
Há mês e meio a cotação do ouro em euros estava em máximos históricos. Depois, com o adensar do covid-19, assistimos a uma queda considerável dos mercados acionistas e à significativa subida da volatilidade.
Alguns investidores com posições compradas em ouro venderam para cobrir "Margin Calls", e existiram algorítmicos que ajustaram as suas posições com base na volatilidade. Alguns investidores, nomeadamente institucionais reposicionaram as carteiras, para minimizar as perdas.
Durante períodos de extrema volatilidade, o ouro não apresenta um desempenho particularmente favorável. Há a preferência por dólares, a moeda de referência mundial, porque os investidores precisam de obter liquidez.
Paulo Rosa, In Vida Económica, 9 de abril de 2020
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