Porém, os pedidos de subsídio
de desemprego semanais nos EUA atingiram níveis históricos, ascendendo aos
surpreendentes 3,3 milhões, quando eram estimados 1,5 milhões.
Os mercados respiraram após várias semanas de quedas bastante significativas,
num movimento suportado, e de resposta, aos consideráveis estímulos monetários
e orçamentais, dos vários bancos «centrais e dos principais governos mundiais,
nomeadamente a aprovação pelo senado dos EUA de um pacote de estímulos
orçamentais no montante de 2 biliões de dólares, cerca de 10% do PIB
norte-americano. Uma semana de tréguas. .. das fortes quedas diárias de 10%! De
realçar que os mercados se encontravam extremamente "sobrevendidos"
em termos técnicos, com os índices substancialmente abaixo da Média Móvel de
200 dias (MA200), a aliviarem essa tensão e a preferência por liquidez das
últimas semanas a refrear. O índice norte-americano Dow Jones registava no
início da semana uma queda em março de 26%, aproximando-se da maior queda
mensal de sempre em setembro de 1931, de 30%, durante a grande depressão. Há 89
anos!
Estamos a viver tempos únicos e a palavra chave nos mercados é volatilidade,
perante a incerteza do impacto do coronavírus na saúde pública e na economia.
Dificilmente o mercado recuperará, sustentadamente, enquanto o índice de
volatilidade do S&P 500, o VIX, se mantiver em valores acima dos 30 ou 40
pontos.
Os pedidos de subsídio de desemprego nos EUA atingiram esta semana quase 3,3
milhões. A semana passada tinham subido 70 mil dos 211 mil para 281 mil. Na
crise financeira de 2008 estes números andavam pelos 600 mil. Mais de 40N0 mil
indiciam recessão.
O IFO alemão, indicador de confiança industrial, caiu para 86.1 no presente
mês, o seu valor mais baixo desde a crise financeira de 2008, mais precisamente
desde julho de 2009 quando registou 80 pontos, o valor mais baixo desde que é
medido. Também a confiança das empresas francesas caiu num ritmo recorde em
março, penalizada pelas paralisações relacionadas com o coronavírus.
O mercado europeu de primários, novos títulos de obrigações, está a ter a
semana mais movimentada em mais de dois meses, com os pacotes de estímulo
estatal cada vez mais agressivos a convencerem os investidores.
No final da semana, o Banco Central Europeu informou que iniciou a compra de
títulos sob o seu plano de emergência de 750 mil milhões de euros para combater
o surto de coronavírus.
A economia de Espanha está paralisada e a indústria turística, vital para país
vizinho, está encerrada. O Banco da Inglaterra desencadeou uma quantidade
significativa de estímulos para a economia do Reino Unido nos últimos quinze
dias, corroborados na reunião de quinta-feira, na qual realizou um balanço.
Perante a considerável fragilidade em que se encontra a sua economia, Itália
pode reforçar as defesas contra aquisições hostis.
O Fundo soberano da Noruega está a ponderar e, provavelmente, reequilibrará a
sua carteira através da compra de mais ações, depois de registar uma perda de
16% desde o início de 2020.
Paulo Rosa, 27 de março 2020, Jornal Económico
A transversalidade e Universalidade da ciência económica. O objecto de estudo da economia é a maximização do bem-estar do ser humano, mas não deixa de ser em sentido estrito. A ciência económica é mais abrangente. A todos os seres vivos e não vivos. Ver página "descrição do blog".
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